terça-feira, 23 de março de 2010



O café chinês



















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O café chinês era, de facto, um atractivo da Póvoa e ninguém que aqui viesse deixava de o visitar.
Os veraneantes eram os seus frequentadores mais assíduos, que ali iam ouvir música e apreciar as bailarinas espanholas.

Além do Café Chinês havia também o Café Suisso, o Café David, o Café Universal e o Luso-Brasileiro, que apresentavam pequenas orquestras e dançarinas.

Estes cafés e outros de menor categoria - dezassete ao todo - eram, também, antecâmaras de salões onde se jogava – roleta e monte – e onde morgados e proprietários de Entre-Douro e Minho faziam sumir, na voracidade do jogo, as suas libras. Na época, havia na Póvoa dezassete locais – cafés e botequins - onde, de forma mais ou menos encapotada, se praticava o jogo de fortuna e azar.
Poderá dizer-se que aqui se dissiparam, por via do jogo, muitas fortunas, e algumas quintas do norte do país sofreram os efeitos desse vício devastador.
O jogo era uma actividade proibida por lei e, por isso dava motivo a rusgas policiais. Nunca, porém, se acabou com o jogo clandestino na Póvoa, nem se fechou compulsivamente nenhum daqueles cafés.

Entre os frequentadores da Póvoa, na época balnear, contava-se Camilo Castelo Branco.


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