JOÃO PEDRO FERNANDES, nasceu n'esta freguesia de Nossa Senhora da Conceição da Póvoa de Varzim, às 5 horas da manhã, do dia 6 de Agosto do anno de 1889, filho legítimo de Pedro José Fernandes, capitalista, natural da freguesia de S. Nicolau, da cidade do Porto e de Anna Rodrigues de Castro, natural desta, aqui casados e parochianos, moradores na rua do Almada, desta villa, neto paterno de José Pinto Fernandes e Maria Joaquina e materno de João Rodrigues Christello e Maria Fernandes de Castro. Foi baptisado no dia 17 de Agosto corrente.
Foi padrinho João Rodrigues Christello Povoas, casado, proprietário e madrinha Miquelina Martins Moreira, viúva, ambos da rua do Paulet.
(livro de nascimentos de 1889, fls 157, registo nº 313)
O coadjutor, António Teixeira da Silva.
Faleceu em 2/05/1966 às 2 horas.
Casou com Maria de Barros Marques, de 23 anos, no dia 27 de Janeiro de 1924.
Emigrou cérca de 1904 para o Rio de Janeiro ao cuidado da família Castro. Aí conheceu diversos emprêgos. Já adulto ganhou o gosto pelo teatro. Foi amador teatral, chegando a contracenar com o famoso autor brasileiro Olimpio Nogueira, na peça religiosa “O Mártir do Gôlgota”.
Regressou a Portugal em 1923. Estabeleceu-se na sua terra natal, com estabelecimento de mercearia, mas acabou por se dedicar ao serviço de recovagem entre Póvoa-Porto e vice-versa, até praticamente à sua morte em 1966.
O “bichinho” do teatro nunca o abandonou e entrava em quase todas as peças de amadores teatrais que se realizavam na Póvoa, onde alcançou posição de relevo, que lhe valeu, com a ajuda de Santos Graça, a entrada no filme Ala-Arriba, realisado pelo famoso Leitão de Barros em 1942.
O seu feitio alegre e folgasão valeu-lhe a alcunha do “Baratinha” porque quando regressou do Brasil em 1922, salvo êrro, estava em voga a modinha brasileira que fez furor no Carnaval desse ano.
Foi um grande benemérito da Santa Casa da Misericórdia desta cidade para a qual trabalhou desde 1933, ano em que sofreu um acidente com graves queimaduras, até à sua morte em 1966.
Foi-lhe prestada uma justa homenagem, sendo provedor da Santa Casa o Dr. Luis Rainha, no mesmo dia em que também foram homenageados a D. Virginia Campos e o Dr. Josué Trocado, tendo presidido à cerimónia, com descerramento da sua fotografia, na então Sala Nobre do Hospital onde esteve internado, o Dr. Jorge da Fonseca Jorge, então governador Civil do Porto.
Humberto Marques Fernandes (Filho)
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O valor de uma terra tem a ver com a grandeza das suas gentes e quando as suas gentes sabem respeitar e prestar tributo áqueles que foram grandes a terra aparece e passa a ser respeitada.
J.V.
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Clipe do Filme "Ala Arriba"
1 comentário:
Já conhecia alguns aspectos biográficos do Baratinha, dados de viva voz pelo seu filho e meu estimado sogro, Senhor Humberto Fernandes. Congratulo-me agora por o blog A NOSSA PÓVOA, perpetuar esse conhecimento na net. O Baratinha era um grande poveiro e este blog é um blog poveiro, que está a trilhar bom caminho.
Estamos todos de parabéns.
Um abraço para a família Barata do Hernâni e um beijinho para a Lurdinhas.
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