domingo, 29 de agosto de 2010


Amorim





Amorim é uma freguesia portuguesa do concelho da Póvoa de Varzim, com 5,65 km² de área e 2 856 habitantes (2001). Densidade: 505,5 hab/km².

Amorim deriva do Latim, e significa local de namoro/namorados. Os sobrenomes/apelidos portugueses "Amorim" e "Morim" têm origem nesta freguesia antiga, e estão entre os nomes mais comuns na cidade, mas em especial nesta freguesia.

Amorim é popular na Póvoa de Varzim devido ao seu pão, caracteristicamente consumido a altas temperaturas, logo após ser cozinhado - a Broa de Amorim.







Igreja Paroquial de Amorim

Igreja Paroquial de São Tiago de Amorim - Igreja mandada erguer por uma família emigrada no Brasil, concluída em 1921. 
Tem 3 naves e 2 sacristias, mostrando traços arquitectónicos de uma primitiva igreja românica desaparecida a quando desta construções. Da primitiva Igreja restou um capitel românico , em exposição no museu Soares dos Reis, no Porto, que exibe nas três faces livres do seu tambor um episódio da “ Chanson de Roland “, na batalha de Roncesvales, na qual Roland com a sua espada “ Durandal “ ataca e prende o rei mouro Chernuble. A actual igreja, inaugurada em 1922, é um monumental edifício ao gosto românico, eclético e revivalista da primeira metade do séc XX, construído graças ao empenho de uma família de emigrantes portugueses no Brasil, chamados “ Os Bonitos de Amorim”.

Em 1922, foi inaugurada a nova igreja paroquial, projectada pelo arquitecto Arnaldo Redondo Adães Bermudes, um monumental edifício de avultadas proporções e traça arquitectónica ao gosto romântico, eclético e revivalista da primeira metade do século, construído à custa de uma família de ricos brasileiros “Os Bonitos de Amorim”. Descendentes de emigrantes portugueses no Brasil, desde o início do século XIX, os Bonitos de Amorim rapidamente se tornaram notáveis face à riqueza conseguida através da cultura e comercialização da cana de açúcar. Todavia, não foi só a riqueza que notabilizou esta família. Foi, acima de tudo, a sua benemerência. A esta família se deve a construção da nova Igreja Paroquial, ou igreja nova como é popularmente conhecida.










Amorim tem oferta educativa para todos os níveis de ensino até ao secundário, apesar da sua proximidade com a área urbana. O Centro Social Bonitos de Amorim possuiu um jardim de Infância e na freguesia está instalada a Escola Básica do 1.º Ciclo de Cadilhe. O Colégio de Amorim é a entidade privada que faculta o ensino privado, na freguesia, de 2.º e 3.º ciclos para além de ensino secundário. Nas proximidades, em Beiriz, está instalada a escola pública de 2.º e 3.º ciclo.

A Casa da Igreja Matriz é uma casa antiga recuperada, junto à mais antiga igreja de Amorim, que é utilizada como extensão da Biblioteca Municipal Rocha Peixoto, parte da rede concelhia de leitura pública da Póvoa de Varzim. A casa possui uma área de leitura de jornais e revistas, dois postos de acesso à Internet e áreas infanto-juvenis.


quinta-feira, 19 de agosto de 2010


Rates


















Rates é uma freguesia portuguesa do concelho da Póvoa de Varzim, com 13,93 km² de área e 2 539 habitantes (2001). Densidade: 182,9 hab/km². Foi restaurado o estatuto de vila em 2 de Julho de 1993, sob o nome de São Pedro de Rates, muito embora a freguesia e a vila sejam conhecidas apenas por Rates.

Era um ponto de passagem de uma via romana, e aí começa um dos trilhos dos caminho de Santiago em Portugal. No livro «As Mais Belas Vilas e Aldeias de Portugal», é descrita como uma das mais formosas povoações portuguesas.

São Pedro de Rates é uma vila histórica com cerca de 2500 habitantes. O topónimo e a localidade de Rates (do termo Ratis) parece ser anterior à romanização.

Rates desenvolveu-se graças ao mosteiro fundado pelo Conde D. Henrique em 1100. É uma paróquia antiga referida no século XI com o título "De Sancto Petro de Ratis".

No ínicio do século XVI, o mosteiro desorganizou-se o que levou a que em 1517 tenha sido extinto e transformado em Comenda da Ordem de Cristo. O primeiro titular da Comenda foi Tomé de Sousa, natural desta terra e primeiro governador-geral do Brasil, a ele se segue uma longa lista de comendadores e comendadeiras. Não se conhece foral velho, mas era já concelho no século XIII. Em 1517, o rei D. Manuel I renova o foral ao Couto da Vila e ao Mosteiro.

Com as reformas liberais, o concelho é extinto em 1836 e passa a integrar o concelho da Póvoa de Varzim. Era constituído apenas pela freguesia da sede e tinha, em 1801, 709 habitantes. Em lembrança desse passado municipal, ainda hoje subsiste a Casa dos Paços do Concelho (1755) e o Pelourinho (século XVI).

Em 1993, é restaurado o estatuto de vila, sob o nome de São Pedro de Rates, essencialmente por motivos históricos.


domingo, 15 de agosto de 2010


Apetrechos de Pesca usados pelos Poveiros





Agulhas de entralhar a rede. Muros




Agulha de Marear. Séc. XIX - Ostentando um Sigla Poveira


terça-feira, 10 de agosto de 2010











A 15 de Agosto, a Póvoa de Varzim celebra a padroeira dos pescadores com as tradicionais Festas d’Assunção.

O ponto alto das festas terá lugar domingo, 15 de Agosto, com a imponente procissão de Nossa Senhora d’Assunção que pelas 16h00 sairá da Igreja da Lapa e percorrerá o seguinte itinerário: Rua 31 de Janeiro, Largo Elísio da Nova; Rua João Dias; Praça da República; Rua da Junqueira; Rua da Alegria; Rua António Graça; Rua Elias Garcia; Avenida dos Banhos e Avenida dos Descobrimentos, até à Lapa, onde recolhe. À passagem da procissão pela marginal, frente ao porto de pesca, os andores serão voltados para o mar e, nesse momento, far-se-á ouvir o tiroteio em que serão lançados milhares de foguetes que atroarão os ares numa apoteótica saudação à Virgem padroeira dos pescadores. Mas as celebrações religiosas deste dia contam ainda com a missa solene de festa, às 11h30, presidida pelo Bispo Auxiliar de Braga D. António Couto e cantada pelo Grupo Coral da Lapa, com música instrumental. A animação musical contará com um concerto da Banda Musical da Póvoa de Varzim, no Auditório da Lota, às 9h00 e à noite, pelas 21h45, o Largo António Nobre irá receber a exibição do Grupo Folclórico Regional e Agrícola de Pevidém e o Rancho Tricanas da Lapa, sendo que pelas 24h00 dar-se-á o encerramento da festa com uma sessão de fogo de artifício no Cais do Molhe Norte.

A solenidade religiosa do Beija-mão, a 21 de Agosto, põe fim às Festas d’Assunção.

As Festas d’Assunção realizam-se na Póvoa de Varzim há largas dezenas de anos demonstrando o profundo sentimento de religiosidade do pescador poveiro à Virgem d’Assunção por considerar que é ela quem lhe vale nos momentos de aflição e o protege e salva do mar traiçoeiro que diariamente enfrenta.


quinta-feira, 5 de agosto de 2010


Aver-o-Mar



















A 2,5 Km do centro da Póvoa de Varzim, é a mais densa e populosa freguesia do concelho. Hoje, é tida como um prolongamento da cidade, consequência do alargamento urbanístico desta para a zona norte.

A mais antiga referência ao topónimo " Abonemar " consta num documento de 1099. Antigo lugar da freguesia de Amorim, a sua população, cada vez mais significativa, alimentou o desejo de autonomia, o que veio a concretizar-se por decreto-lei de 10 de Agosto de 1922. Por outro lado, a grande distância da matriz de Amorim levou à reivindicação de paróquia própria, o que aconteceu em 16 de Janeiro do mesmo ano. 
A população é constituída pelo homem da beira-mar, pescador e seareiro, e o homem da aldeia, lavrador originário dos antigos casais de Amorim.


segunda-feira, 2 de agosto de 2010


Evolução do teatro – por Humberto Fernandes








O teatro deu mote a uma conferência proferida por Prof. Humberto Fernandes, na passada sexta-feira, 30 de Julho, no Arquivo Municipal.

O conferencista recuou às origens do teatro de modo a contextualizar a temática do seu discurso no tempo e no espaço ao longo dos séculos, dando especial ênfase à sua evolução na Póvoa de Varzim.

Actualmente, a temporada teatral na nossa cidade é da responsabilidade do Varazim Teatro, associação cultural que desde 1997 conta com o apoio da Câmara Municipal. O Grupo tem produzido regularmente espectáculos de Teatro e várias Animações, que apresenta na cidade onde se sedia e não só, tendo participado já em vários festivais de Teatro, nunca deixando o Varazim de ter a itinerância como intenção.

Sobre o surgimento do teatro na Póvoa de Varzim, Humberto Fernandes remeteu para as representações de carácter religioso que eram levadas a cabo por ocasião das festividades do Natal, Páscoa e Nossa Senhora das Dores, montando-se cenários em espaços ao ar livre, na rua, por volta de 1850.

Humberto Fernandes informou que o primeiro recinto fechado onde se fez teatro na nossa cidade foi o rés-do-chão do edifício da Câmara Municipal, em 22 de Agosto de 1873, e nesta altura, as peças representadas estavam a cargo de curiosos poveiros. Vários foram os espaços que, ao longo dos tempos, albergaram representações teatrais: Café Universal, Café Chinês, Salão dos Bombeiros, Teatro Povoense, Salão Teatro e Cine-Teatro Garrett. Este último, inaugurado a 15 de Agosto de 1890, recebeu peças teatrais de conceituados realizadores e acolheu companhias de todo o país, a maior parte sediadas em Lisboa.

Humberto Fernandes recordou algumas das representações mais emblemáticas como as operetas em revista “A Maria”, “Os Poveiros”, “Zezé”, “Quentes e boas” e “Três Zés”, entre outras.

A sessão contou ainda com a participação de Albina Dias que declamou uma récita de poemas, uns da sua autoria outros de José de Sá do poeta brasileiro Casimiro de Abreu.

O Arquivo Municipal tem sido palco de várias conferências e palestras que têm como objectivo recordar aspectos da História Local. Muitas delas são apoiadas por documentos e informação preservada no Arquivo dando a conhecer um pouco mais sobre o passado da Póvoa de Varzim.




domingo, 1 de agosto de 2010














A Freguesia de Laúndos aparece referenciada num documento de 1033 com o nome de “Montis Lanutus”. Já em 1400 aparece com a grafia actual.

Tal como outras freguesias, Laúndos chegou a pertencer a Barcelos, mas em 1836 com a reforma administrativa passou a pertencer ao concelho da Póvoa de Varzim.

O vocábulo Laúndos tem mais de uns milhares de anos e um povo que aqui

Laúndos é indubitavelmente um topónimo antigo e como tal deve ser considerado como característica comum à maioria dos seus habitantes. Laúndos sempre esteve ligado ao Monte de S. Félix, no qual viveu um povo castrejo pré-histórico, tendo como prova o par de brincos proto-históricos, encontrados nos restos do castro, com o nome de Arrecadas de Laúndos, em exposição no Museu de Soares dos Reis no Porto.

Os habitantes da freguesia devem-se chamar Laundenses. Contudo, concorde-se que custa mais a pronunciar do que Lanutenses. Esta última forma também é preferida com a intenção de preservar o nome original latino: Lanutus.

A população que habitava o castro de S. Félix dedicava-se à agricultura, pequena indústria e pastorícia (este povo trabalhava em cerâmica, fabricando telhas e diversos vasos, trabalhando também em ouro, e finalmente por necessidade, agricultor-pastor para a sua alimentação e vestuário).

Além de ser um povo preparado para a guerra, povo guerreiro, por necessidade de se defender de povos invasores vindos do nascente, necessidade essa que o levou a erguer muralhas no cimo deste monte, no século V, da nossa era, este povo desceu do castro e foi habitar para as planícies, procedendo ao abate das florestas para as poder cultivar.

Em tempos não muito distantes, em casa as mulheres preparavam e teciam o linho, utilizando material que hoje merece repousar em museus. Até aos finais do século XX, o linho deu lugar ao farrapo e dos teares saíram verdadeiras preciosidades em mantas. É de referir, que muitas casas de lavoura possuíam moinhos manuais apropriados à trituração do milho. Estes moinhos têm desaparecido ao longo do tempo, visto que foram substituídos pela inovação tecnológica.

No entanto, no Monte S. Félix ainda existem 5 exemplares desses moinhos, a maior parte estão transformados em residência de férias. Somente dois estão no seu tamanho original e destes dois, apenas um pode moer. Neste mesmo moinho quando se fizeram os seus alicerces, a pouca profundidade, encontrou – se uma púcara de barro, queimada por fora e gordurenta no interior, debaixo de uma lâmina de xisto negro e assente sobre telha ou tijolo, que ao achador parecia lareira. A púcara guardava o tesouro: um par de arrecadas em ouro (Arrecadas de Laúndos).

As arrecadas de Laúndos foram adquiridas e levadas para um Museu Nacional do Porto, hoje com o nome de Soares dos Reis.

Para finalizar, é importante mencionar que a freguesia no passado era limitada por marcos físicos (pedras), dos quais actualmente ainda existem vestígios.


Fonte: Lopes, Dinis da Silva, Monografia da Freguesia De São Miguel de Laúndos Póvoa de Varzim, editora: Câmara Municipal da Póvoa de Varzim, 2006