terça-feira, 30 de março de 2010



"Os nossos Poveiros"



José da Silva Braga (O Peroqueiro)




Tio Domingos da Pêdra (O Laranjeira)




Tio Luiz Nicolau




Tio António Capelão



sábado, 27 de março de 2010



Linhas do "Americano" na Póvoa do Varzim, nos princípios do séc. XX.



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O CARRO AMERICANO

O último quartel do século XlX, com o advento dos motores de explosão, revolucionou a indústria de transportes.

Entretanto, o meio usado para o efeito era o de carros de tracção animal. 
As pessoas de maiores posses tinham as suas “charretes”, puxadas por cavalos; pelas estradas, irregulares e poeirentas, as diligências faziam o serviço de passageiros entre as localidades e, nas cidades e vilas, os alquiladores tinham os seus “char-à-bancs” e os seus fiacres ao dispor dos eventuais utilizadores – como hoje acontece com os táxis.
A Póvoa de Varzim, por essa altura com cerca de 2400 fogos, contava perto de 11.000 habitantes e era já muito procurada, como estância balnear, por gentes do todo o norte do país.
No início da rua da Junqueira, do lado onde se situa a Capela de S.Tiago, havia, na época, umas cocheiras onde se recolhiam os carros em que se faziam transportar, na época de banhos, as pessoas oriundas das terras do Minho, de Trás-os-Montes e do Alto Douro que aqui, por conselho médico, procuravam remédio para os seus males.

A Póvoa atravessava, então, uma fase de notório progresso:
a modernização da iluminação pública, cujos candeeiros a petróleo passaram a funcionar a gás e depois a electricidade, e a formação dos primeiros Bancos, vieram dar um impulso decisivo à vida social e económica poveira.

Mas a vila não tinha ainda a sua comarca, pelo que os julgamentos tinham que ser feitos na vizinha Vila do Conde. 
Por esse motivo o movimento entre as duas vilas era contínuo e o défice de transportes causava grandes transtornos.

Foi então que um comerciante do Porto, João Ferreira Dias Guimarães, teve a ideia de criar um serviço público de transporte regular em moldes modernos, inspirando-se no que era já corrente na América do Norte.

Pediu, e obteve do Governo, autorização para assentar no leito da estrada – então estrada real nº. 30 - carris de ferro para sobre eles transitarem os “americanos”, tipo de carruagens puxadas por mulas.

A linha foi inaugurada em 15 de Outubro de 1874, dispondo de 6 carruagens e 30 muares. O seu percurso ia da Praça do Almada, na Póvoa, até à estação do caminho-de-ferro em Vila do Conde.

A princípio a exploração da linha foi compensadora: eram muitas as pessoas que tinham assuntos forenses a tratar, e que passaram a contar com a comodidade dum serviço regular a preço convidativo: 40 réis para a ida e outro tanto para o regresso (nesse tempo uma libra valia 4$500 reis). Eram muitos, também, os frequentadores da feira de Vila de Conde, que passaram a utilizar os "americanos", que o povo, numa espirituosa alusão às mulas que o puxavam, designava por "muléctricos".

Porém, com a criação da comarca da Póvoa no ano seguinte, a afluência dos viajantes diminuiu; por outro lado, os alquiladores, a quem o novo serviço viera prejudicar, entraram em regime de concorrência nos dias de feira cobrando um vintém por pessoa (um vintém equivalia a 20 réis, metade, portanto, do que se pagava nos “americanos”).

O empreendimento entrou em ruptura financeira e, com os prejuízos que teve, a Empresa teve que leiloar os seus haveres, o que fez com pesado prejuízo.

A nova Sociedade que lhe sucedeu teve a mesma sorte.


sexta-feira, 26 de março de 2010


"Os nossos Poveiros"



Patrão Lagoa









Manuel António Ferreira (Patrão Lagoa)
Nasceu na Póvoa de Varzim a 14/06/1866 e faleceu em 07/07/1919. 
Pescador destemido, verdadeiro herói, notabilizou-se nas operações de salvamento do navio da Armada portuguesa "S. Rafael", naufragado na Foz do Ave em 20/11/1911 e dos passageiros e tripulantes do vapor inglês "Veronese", encalhado nos penedos da Boa Nova, ao norte de Leixões, em 16/01/1913. Foi Patrão do salva-vidas, intervindo e colaborando em centenas de salvamentos na enseada poveira.


quinta-feira, 25 de março de 2010



"Os nossos Poveiros"



Patrão Sérgio










João Martins Areias (Patrão Sérgio)
Nasceu na Póvoa de Varzim em 24/01/1846 e faleceu em 14/04/1911. 
Pescador heróico, Patrão do salva-vidas, filho de mestres lanchões, herdou do pai, sucessor do Cego do Maio, as qualidades de mestria e coragem que haveriam de tornar conhecido em todo o país este Lobo do Mar. Mais de cem vidas foram salvas graças à sua teimosia e destemor.


terça-feira, 23 de março de 2010



O café chinês



















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O café chinês era, de facto, um atractivo da Póvoa e ninguém que aqui viesse deixava de o visitar.
Os veraneantes eram os seus frequentadores mais assíduos, que ali iam ouvir música e apreciar as bailarinas espanholas.

Além do Café Chinês havia também o Café Suisso, o Café David, o Café Universal e o Luso-Brasileiro, que apresentavam pequenas orquestras e dançarinas.

Estes cafés e outros de menor categoria - dezassete ao todo - eram, também, antecâmaras de salões onde se jogava – roleta e monte – e onde morgados e proprietários de Entre-Douro e Minho faziam sumir, na voracidade do jogo, as suas libras. Na época, havia na Póvoa dezassete locais – cafés e botequins - onde, de forma mais ou menos encapotada, se praticava o jogo de fortuna e azar.
Poderá dizer-se que aqui se dissiparam, por via do jogo, muitas fortunas, e algumas quintas do norte do país sofreram os efeitos desse vício devastador.
O jogo era uma actividade proibida por lei e, por isso dava motivo a rusgas policiais. Nunca, porém, se acabou com o jogo clandestino na Póvoa, nem se fechou compulsivamente nenhum daqueles cafés.

Entre os frequentadores da Póvoa, na época balnear, contava-se Camilo Castelo Branco.


segunda-feira, 22 de março de 2010


O "Guarda Sol"


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O “Guarda Sol” é o mais antigo “café-bar” da Póvoa, e foi o primeiro a ser construído em praia portuguesa.
Justifica o nome pela sua singular concepção inicial, que tinha todas as características dum enorme guarda-sol, 
Um mastro central – o cabo do guarda-sol- sustentava as suas grandes “varas” constituídas por caibros de madeira sobre as quais assentava uma enorme cobertura de lona.
Sofreu ao longo do tempo várias alterações, quer quanto à forma, quer quanto aos materiais utilizados, até sua actual construção em alvenaria.

Nessa época, eram três os cafés que, pela proximidade, serviam os frequentadores da praia:
O já referido “Guarda-sol, o “Café Ribeiro” -que na época era também estabelecimento de mercearia e vinhos e se situava onde agora está o prédio “Sopete” – e o “Café Universal”, na actual Rua dos Cafés.

Seguiu-se, alguns anos mais tarde, o “Diana Bar” hoje convertido em Biblioteca de Praia, 
Presentemente existem, no areal, quatro edificações com finalidade similar.


domingo, 21 de março de 2010

Diana Bar
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1942
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1942
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2004
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2008
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O Diana Bar foi construído na praia entre 1938 e 1939, e devido à sua natureza selecta, rapidamente se tornou num ponto de encontro para escritores e intelectuais de várias cidades. A personalidade mais ligada ao Diana Bar foi José Régio, que ali escreveu parte da sua obra, e ainda hoje, a mesa e cadeira usadas por ele se encontram no mesmo local, junto a um retrato do escritor. No Diana Bar, Agustina Bessa-Luís convivia regularmente com José Régio, quando esta residia em Esposende, e ele em Vila do Conde. Agustina passara a sua adolescência na Póvoa de Varzim, uma cidade que a escritora descrevia como sendo um "lugar mágico no princípio da minha adolescência".
Com a morte do fundador, o edifício entrou em decadência durante vários anos. Em Novembro de 2001, a Câmara Municipal da Póvoa de Varzim comprou e restaurou o edifício. No Verão de 2002, o Diana Bar encontrava-se pronto para reabrir como uma biblioteca de praia para o público geral, inicialmente apenas nos meses de Verão, mas devido à sua popularidade passou a oferecer os seus serviços durante todo o ano.


sábado, 20 de março de 2010


"Os nossos Poveiros"






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José Rodrigues Maio (Cego do Maio)



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Cego do Maio, de seu nome José Rodrigues Maio, arriscou a sua vida dezenas de vezes restituindo-a aos seus companheiros e a tantos outros náufragos. As suas proezas heróicas mereceram, entre outras, o maior galardão nacional: o Colar da Ordem da Torre e Espada, do Valor, Lealdade e Mérito, insígnia que lhe foi colocada pessoalmente pelo Rei D. Luís I, na presença da família Real. As suas proezas tornaram-se lendárias.»


«José Rodrigues Maio, o Cego do Maio, nasceu no dia 8 de Outubro de 1817, na rua dos Ferreiros, desta vila, e na manhã de 13 de Novembro de 1884, pelas 10 horas, «o sol estendeu o seu manto de oiro e, envolvendo aquele espírito de cristal nas suas dobras de luz — arrebatou-o para as esferas onde só vivem espíritos assim nobres, assim grandes, assim heróicos.»

Os povoenses tiveram a generosa ideia de erguer um busto, em bronze, ao benemérito Cego do Maio, no sítio mais central da beira-mar. A câmara deu à Cavarneira o título de «Rua do Cego do Maio» e tem na sala das suas sessões uma magnífica tela. No Clube Naval, existem as medalhas e os diplomas que lhe concederam. E eu, do Cego do Maio, tenho a agulha e o muro com que ele fazia as suas redes. Venero essas relíquias por terem sido dum grande que, no meu entender, subiu acima de homem — foi um carinhoso Santo!

E que outra cousa hei de eu chamar a quem praticou os actos de maior bravura, de maior abnegação e de maior altruísmo, estando sempre pronto e decidido a morrer pelos seus companheiros sem outra recompensa que não fosse as bênçãos da Providência?

Contar as vidas que ele salvou? Como e quando?

De 39 pessoas sei eu que ele arrancou do abismo! Mas ele praticou um acto de tamanha grandeza que para aqui o traslado do «Comércio do Porto», jornal da maior reputação e seriedade, o que de Cego do Maio há mais de 27 anos publicou:

«Nunca receava o perigo, e ainda há poucos dias, quando o grande rolo do mar e a arrebentação na costa da Póvoa expunham a perigo iminente mais de 200 lanchas da pescaria (entrando a do Cego do Maio nesse número), apenas devido à sua coragem e perícia, pôs pé em terra na Cachina, correu para o sítio do salva-vidas, que até então se conservava imóvel, reconhece o grande perigo: nem chores nem lágrimas o detêm, e apenas entra dentro do frágil lenho, encontra companheiros aventurosos, dirigem-se para a barra, transpõem-na, e dirigindo o rumo dos infelizes pescadores, extenuados pela ansiedade, pelo trabalho e pela fome, guia para dentro da barra 60 lanchas, com cerca de 700 tripulantes, e é ele o último que abandona o posto de honra, quando já tinha escurecido!»

O Cego do Maio foi um herói, a sua alma foi a de uma crente, as suas cinzas são as de um carinhoso Santo.

Crianças pequeninas, filhas do amor e da inocência, amigas da nossa irmã Água e queridas do nosso irmão Sol, — quando passardes pela beira da estátua ou das cinzas do Cego do Maio, reverenciai a memória desse grande coração imaculado e santo, desse generoso e extraordinário benemérito que foi o assombro de toda a gente do seu tempo.

Assim como sai da alavanca a potência, que brote dos vossos tenros corações a veneração e o respeito pelo herói. Aprendei e decorai a epopeia homérica deste homem, que não conheceu a vaidade nem aspirou grandezas. Nasceu humilde, viveu pobre e morreu com toda a serenidade dum justo. Outro que em igualdade de circunstâncias hoje vivesse, seria irmão da ambição e companheiro de ridículas pretensões, pedia aos jornais uma notícia do dia dos seus anos ou de quando fosse tratar de negócios ao Porto, atravessava como um pavão os ruas da vila e trazia debaixo do tacão a sombra do seu semelhante.

O Cego do Maio nunca se deslumbrou pelas mais altas recompensas que lhe concederam, — com a alma santíssima e pura de benemérito, foi simplesmente uma única coisa — uma glória da nossa terra.»


quarta-feira, 17 de março de 2010


Avenida Mouzinho de Albuquerque

(Póvoa de Varzim)

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A Avenida Mouzinho de Albuquerque nasceu pela ideia de David Alves em 1891, que propôs à câmara a criação de um bairro balnear, dizendo: «abertura de novas ruas para a formação de um bairro especialmente dedicado aos banhistas frequentadores desta praia onde encontrando magníficas e espaçosas ruas para edificações construam elegantes prédios, ligando assim os seus interesses a estas terras tornando-se assíduos frequentadores».

O nome da avenida foi sugerido pelo presidente da Câmara em 1897, Caetano Marques de Oliveira, honrando Joaquim Augusto Mouzinho de Albuquerque, ainda vivo, mas que se tinha distinguido em diversas campanhas nas colónias portuguesas em África, especialmente em Moçambique. Na nova avenida foram surgindo diversas villae, no entanto, a massificação do turismo balnear levou a que algumas delas desaparecessem, dando lugar a edifícios multifamiliares, sobreviveram quatro.

Na confluência nascente entre a Praça Marquês de Pombal e a avenida, num terreno doado por um habitante para o efeito é iniciada a construção do edifício sede do Orfeon Povoense (mais tarde Orfeão Poveiro), sonho de Josué Trocado, em que se incluía a Escola Maternal, para as crianças desfavorecidas do município, cuja apresentação pública tinha sido feita em 1915 no Teatro Garrett. O projecto do arquitecto Francisco de Oliveira Ferreira demonstrava-se grandioso, em especial para uma associação recreativa, apesar disso Josué Trocado manteve a ambição e, a 20 Novembro de 1921 começaram as obras da fachada, notou-se entretanto que não haveriam condições financeiras para tal empreitada, ficando a fachada inacabada. Esta fachada inacabada, que jazia no espaço da construção, foi transferida uns metros para Norte, para se tornar na fachada antiga da Biblioteca Municipal Rocha Peixoto no início da década de 1990.

A partir de 2006 e com a obra terminada no São Pedro de 2008, a avenida sofreu uma grande reestruturação, devido à sua visível decadência e problemas de estacionamento, construiu-se um parque subterrâneo com 1 km de comprimento pela avenida e, também, no Largo das Dores, com duas faixas de circulação, área de circulação pedonal, estação de serviços, e vários acessos com elevador e/ou escada.


terça-feira, 16 de março de 2010


Colocando as bóias - Póvoa de Varzim 1900

aguarela de Orlando Barbosa


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domingo, 14 de março de 2010

Os Macabencos



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No primeiro plano, sentados, e da esquerda para a direita: Desconhecido; um indivíduo que trabalhou na Caixa Geral de Depósitos da Póvoa da Póvoa de Varzim cujo nome ignoro que era da freguesia de Azurara, concelho de Vila do Conde e que tinha por alcunha o Bijá; Demétrio José da Nova Vasconcelos, Oficial de diligências no tribunal de S. João Novo, no Porto; João Ferreira, aposentado da Caixa Geral de Depósitos; ignoro o nome deste último.

Segundo plano pela mesma ordem: João Pedro Fernandes; ignoro quem é; conheci, mas não sei o nome; não sei quem é; não sei quem é; Guimarães, irmão de um amigo chamado Armindo Guimarães e que eram filhos do tenente Guimarães que morava na Rua da Junqueira no 2º andar do nº 81; Arnaud, casado com D. Julia, estabelecida na Rua da Junqueira, nº 45, com estabelecimento de chapéus de senhora; Alfredo Graça, ao tempo, funcionário da Caixa Geral de Depósitos, filho de Santos Graça.

Terceiro Plano: ignoro quem é; ignoro quem é; ignoro quem é; Guilherme Augusto Ribeiro Teles Soares de Moura e Castro (Napoleão); ignoro quem é; Pedro de Sousa Lima, empregado na casa de câmbios L. J. Carregosa, na Rua das Flores, no Porto.

Esta fotografia foi tirada pelo cunhado de João Pedro Fernandes, Belmiro de Barros Marques, ao tempo estabelecido com a fotografia Barros Sobrinho na Rua da Junqueira, nº 10, cerca de 1943.

Humberto Fernandes


terça-feira, 9 de março de 2010


Chegada das lanchas - 1900

aguarela de Orlando Barbosa

A enseada e praia do pescado, vistas do sul


Marina da Póvoa de Varzim - 2009


quinta-feira, 4 de março de 2010

João Pedro Fernandes "O Baratinha"









JOÃO PEDRO FERNANDES, nasceu n'esta freguesia de Nossa Senhora da Conceição da Póvoa de Varzim, às 5 horas da manhã, do dia 6 de Agosto do anno de 1889, filho legítimo de Pedro José Fernandes, capitalista, natural da freguesia de S. Nicolau, da cidade do Porto e de Anna Rodrigues de Castro, natural desta, aqui casados e parochianos, moradores na rua do Almada, desta villa, neto paterno de José Pinto Fernandes e Maria Joaquina e materno de João Rodrigues Christello e Maria Fernandes de Castro. Foi baptisado no dia 17 de Agosto corrente.

Foi padrinho João Rodrigues Christello Povoas, casado, proprietário e madrinha Miquelina Martins Moreira, viúva, ambos da rua do Paulet.

(livro de nascimentos de 1889, fls 157, registo nº 313)

O coadjutor, António Teixeira da Silva.

Faleceu em 2/05/1966 às 2 horas.

Casou com Maria de Barros Marques, de 23 anos, no dia 27 de Janeiro de 1924.

Emigrou cérca de 1904 para o Rio de Janeiro ao cuidado da família Castro. Aí conheceu diversos emprêgos. Já adulto ganhou o gosto pelo teatro. Foi amador teatral, chegando a contracenar com o famoso autor brasileiro Olimpio Nogueira, na peça religiosa “O Mártir do Gôlgota”.

Regressou a Portugal em 1923. Estabeleceu-se na sua terra natal, com estabelecimento de mercearia, mas acabou por se dedicar ao serviço de recovagem entre Póvoa-Porto e vice-versa, até praticamente à sua morte em 1966.

O “bichinho” do teatro nunca o abandonou e entrava em quase todas as peças de amadores teatrais que se realizavam na Póvoa, onde alcançou posição de relevo, que lhe valeu, com a ajuda de Santos Graça, a entrada no filme Ala-Arriba, realisado pelo famoso Leitão de Barros em 1942.

O seu feitio alegre e folgasão valeu-lhe a alcunha do “Baratinha” porque quando regressou do Brasil em 1922, salvo êrro, estava em voga a modinha brasileira que fez furor no Carnaval desse ano.

Foi um grande benemérito da Santa Casa da Misericórdia desta cidade para a qual trabalhou desde 1933, ano em que sofreu um acidente com graves queimaduras, até à sua morte em 1966.

Foi-lhe prestada uma justa homenagem, sendo provedor da Santa Casa o Dr. Luis Rainha, no mesmo dia em que também foram homenageados a D. Virginia Campos e o Dr. Josué Trocado, tendo presidido à cerimónia, com descerramento da sua fotografia, na então Sala Nobre do Hospital onde esteve internado, o Dr. Jorge da Fonseca Jorge, então governador Civil do Porto.

Humberto Marques Fernandes (Filho)


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O valor de uma terra tem a ver com a grandeza das suas gentes e quando as suas gentes sabem respeitar e prestar tributo áqueles que foram grandes a terra aparece e passa a ser respeitada.

J.V.

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Clipe do Filme "Ala Arriba"


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segunda-feira, 1 de março de 2010

AZULEJOS DA PÓVOA DE VARZIM




Cego do Maio (1817-1884), lendário herói, salva-vidas e pescador poveiro do século XIX, protagonista da história trágico-marítima poveira e siglas poveiras.




Lanchas e catraias.




Lanchas poveiras no mar.




ALA-ARRIBA! O acto de puxar a lancha para a praia por toda a comunidade.




Mulheres no soalheiro (costume poveiro que consiste em as mulheres se juntarem na praia e conversarem sobre a sua vida e a dos outros, enquanto esperam que os homens venham do mar).




Lota em 1960




Avenida dos Banhos em 1900




Guarda-sol (bar de praia) na Avenida dos Banhos em 1900




Praça do Almada e Paços do Concelho em 1900




Praça do Almada em 1900




Mercado Municipal em 1920




Largo de S. Roque (Largo da República) em 1900




Passeio Alegre em 1910





Datas mais marcantes da História da cidade da Póvoa de Varzim.




Praça Marquez de Pombal em 1950.