terça-feira, 28 de setembro de 2010


Estela




Praia do Rio Alto




A carta de "Couto" da freguesia de Estela, e da Vila Mendo data de 1140 concedida por D. Afonso Henriques aos frades Bentos de Tibães. Diz-se que neste documento, D. Afonso Henriques entitula-se pela primeira vez como Rei de Portugal. O nome de Sancta Maria de Stela aparece em 1220.

A Estela situa-se a 7 km a norte do centro da cidade da Póvoa de Varzim. A norte faz fronteira com os concelhos de Esposende e Barcelos; a nascente com a freguesia de Laúndos; a sul com as freguesias da Aguçadoura, Navais e Terroso e é banhada pelo Oceano Atlântico a poente.

A par da cidade, a Estela é uma das zonas mais dinâmicas a nível turístico do concelho da Póvoa de Varzim, e aí localizam-se o campo de golfe, o campo de campismo e unidades hoteleiras.

Outrora dominada pelo pinhal plantado pelos monges do Mosteiro de Tibães, a freguesia possui uma grande densidade de estufas.

Os lugares na freguesia da Estela são: Baldoia, Barros, Carrascos, Carregosa, Contriz, Estrada, Fontainha, Frinjo, Igreja, Outeiro, Pedrinha, Teso, Urzes e o Rio Alto, este último lugar turístico sem população permanente.





As masseiras ou campos masseira constituem uma forma de agricultura única no mundo existente nas freguesias da Estela, Navais e Aguçadoura na Póvoa de Varzim e na vizinha Apúlia em Esposende. Esta forma de agricultura ancestral consiste em fazer uma cova larga e rectangular numa das praias largas e arenosas da região.

Nos cantos da cova conhecidos como os "quatro vales", são cultivadas vinhas, de forma a proteger a área central dos ventos do norte, que têm o nome de Nortada. Na área central, encontra-se água doce, não salgada como poderíamos supor, e tudo pode ser cultivado, mas são necessárias grandes quantidades de água e sargaço (para fertilizar o solo) para que o que é cultivado brote.

Com esta cova de apenas alguns metros consegue-se um aumento térmico, que aliado aos quatro vales e às vinhas, que protegem o campo dos ventos, fazem com que as masseiras funcionem como uma espécie de estufa.

Este tipo de agricultura foi inventada no século XVIII por monges beneditinos da abadia de Tibães e foi outrora bastante utilizado nas costas da Póvoa de Varzim e Esposende.

Hoje em dia é um tipo de agricultura em riscos de extinção devido à popularização das estufas na região e até mesmo ao uso das areias para a construção civil. A Câmara da Póvoa de Varzim concedeu 4 948 377 m2 do seu território para serem de uso exclusivo de masseiras, de forma a proteger este tipo de agricultura.




Estela Golf Club é um campo de Golf do género Links localizado no litoral da freguesia da Estela, conhecido como Lugar do Rio Alto, na Póvoa de Varzim em Portugal.

O Campo de Golfe foi criado em 1989 pela Sopete Golf. A empresa subordinada à (actual Varzim Sol), a empresa detentora do Casino da Póvoa. Em 1993 foi declarado como "O Clube do Ano" pela Federação Portuguesa de Golfe. A empresa foi adquirida em 1997 pela Estela Golf.


sábado, 25 de setembro de 2010



Mercado David Alves





















O mercado público (feira) diário da Póvoa de Varzim é conhecido entre os poveiros, ainda hoje, como "Praça" e conheceu várias localizações até à sua localização presente na Praça do Marquês de Pombal. Passou pela Rua da Praça e no Campo da Feira, junto ao Pelourinho, topo poente da Praça do Almada até ao Largo de São Roque. Porque se entendia que a feira tirava dignidade à praça central da cidade, a Câmara Municipal decide a sua transferência para o Campo das Cobras em 1900, tendo adquirido esse espaço em 1893 para o efeito. O Campo das Cobras localizava-se onde está hoje a Escola dos Sininhos no quarteirão formado pela Rua Santos Minho com a Rua Manuel Silva.

Com a chegada de David Alves à Câmara, este nota que o espaço é demasiado pequeno e decide a construção do mercado num espaço maior, a Praça do Marquês de Pombal. Foi convidado o arquitecto Ventura Terra, um dos maiores arquitectos portugueses da altura.

O novo mercado é inaugurado em 31 de Janeiro de 1904. O mercado encontrava-se rodeado de quatro torreões e no largo central encontrava-se o mercado público onde eram vendidos produtos frescos de produção local, do porto da Póvoa chegava o peixe e da Póvoa rural chegavam os produtos hortícolas, tais como a batata ou a cenoura. Em 18 de Abril de 1904, o Mercado passou a designar-se Mercado David Alves, em homenagem ao seu impulsionador.

Na década de 1970 é decidida a construção de um mercado abrigado, o projecto é do arquitecto Campos Matos, edifício com 6 499 m2, distribuídos por dois pisos, as obras iniciam-se em 1979 e o novo mercado foi inaugurado em 2 de Julho de 1982, com a construção terminada em Janeiro desse ano. O edifício obrigou à demolição dos torreões que ladeavam a praça pelo norte e do Jardim público que confrontava com a Avenida Mouzinho de Albuquerque e diminuição física do espaço da praça. Os que ladeavam a Praça pelo sul continuaram a ser usados para comércio e a sua manutenção foi decidida para preservação da memória local, assim como do portão de ferro e respectivo muro gradeado.

Em 1996, a Câmara Municipal recupera os torreões que restaram. Políticos locais sugerem a reconstrução dos torreões demolidos no projecto de revitalização do mercado, com importância para a economia tradicional local. No São Pedro de 2009, a câmara apresenta um novo projecto para a Praça, no qual recupera os torreões e o jardim perdidos, devido a consenso alargado na sociedade, e cria um novo edifício abrigado, mais pequeno com menor impacto na praça.



terça-feira, 21 de setembro de 2010



Aguçadoura






Parque de Ondas da Aguçadoura



















Aguçadoura é uma freguesia portuguesa do concelho da Póvoa de Varzim, com 3,63 km² de área e 4 530 habitantes (2001). Densidade: 1 248 hab/km².

A sua criação data de 1933 (até esse ano fazia parte da freguesia de Navais), sendo por isso a mais nova freguesia do concelho.


O seu nome deriva de petra aguzadoira (pedra de aguçar ferramentas agrícolas).


Situa-se junto à costa, 6 km a norte da cidade da Póvoa de Varzim, tendo como limites o mar a oeste, e as freguesias da Estela a norte, Navais a este e Aver-o-mar a sul.

A freguesia é constituida por sete lugares: Aldeia, Areosa, Caturela,Codicheira, Fieiro, Granjeiro e Santo André.

Aguçadoura possui uma costa de cerca de 3Km de onde se destacam as seguintes praias: Praia de Santo André, Praia da Codicheira e Praia da Barranha.


A primeira referência histórica a esta povoação aparece na Inquirição de 1258, <<...in Petra Aguzadoira que est in termino de Nabaes.>> Pelas mesmas Inquirições de 1258 sabe-se que D. Ouroana Pais Correia estabeleceu aí três casais.

A instalação dos primeiros habitantes foi bastante difícil, pois Aguçadoura encontra-se praticamente assente em dunas e a contínua agressão das areias movidas pelo vento impedia a fixação das populações.

Só a partir do século XVIII a que a povoação tomou alguma importância, pois em 1730 já contava com cerca de 25 famílias e em meados do século XIX a população era já superior ao resto da freguesia de Navais da qual Aguçadoura fazia parte.

Em 1836 a freguesia de Navais, e por inerência o lugar de Aguçadoura, passa a pertencer ao concelho da Póvoa de Varzim. Até então fazia parte do concelho de Barcelos.

No começo de século XX o ambiente entre os habitantes do lugar de Aguçadoura e as autoridades civis e religiosas de Navais deteriorou-se devido aos desejos dos Aguçadourenses em formarem uma freguesia à parte.

Os ânimos agudizaram-se quando o Pároco de Navais proibiu as celebrações do mês de maio na capela de Aguçadoura, o que não foi acatado pela população. Até que em 29 de setembro de 1933 morre o Pároco de Navais, de nome Manuel Ribeiro de Castro (que havia sido Presidente da Câmara da Póvoa de Varzim nos anos finais da monarquia) que sempre foi o maior opositor à separação de Aguçadoura.

Passado menos de um mês, a 24 de outubro de 1933, o governo pelo decreto-lei 23.164 desse dia decreta a elevação de Aguçadoura à categoria de freguesia, separando-a de Navais à qual sempre havia pertencido.

Diz assim o decreto-lei 23.164 de 24 de outubro de 1933:

"Tendo em vista a representação dos povos do lugar de Aguçadoura, freguesia de Navais, concelho da Póvoa de Varzim, distrito do Porto, e as informações favoráveis do respectivo Governador Civil, no sentido de ser criada uma nova freguesia com sede naquele lugar;

Considerando que a freguesia de Aguçadoura consta já do projecto de reforma administrativa, em estudo;

Usando da faculdade conferida pela 2ª parte do nº2 do artigo 108º da Constituição, o Governo decreta e eu promulgo, para valer como lei, o seguinte:

Artigo 1º-É criada no concelho da Póvoa de Varzim, distrito do Porto, a freguesia de Aguçadoura, com sede na povoação do mesmo nome, freguesia que será desanexada da de Navais, daquele concelho.

Artigo 2º-Os limites da nova freguesia são: ao norte, os limites da freguesia da Estela; a nascente, o caminho de Seixinho, na estrada municipal; a sul, os limites da freguesia de Aver-o-Mar; a poente, o mar.

... "

Contudo a fronteira com Navais à luz deste decreto-lei era muito duvidosa, por isso foi necessário outro decreto-lei para definir a fronteira.

Diz assim o decreto-lei nº29.906 de 22 de Agosto de 1936:

"...

Artigo 1º-Os limites da freguesia de Aguçadoura, do concelho da Póvoa de Varzim, criada pelo decreto-lei nº23.164 de 24 de Outubro de 1933, são: pelo norte, os limites da freguesia da Estela; pelo poente, o mar; pelo sul, os limites da freguesia de Aver-o-Mar; pelo nascente, uma linha que, partindo ao sul, do lugar das Esqueirinhas, entre as propriedades de José Gonçalves do Paço e de Maria Santiago, atravessa o caminho de Prelades, entre as propriedades de Moisés Fernandes Fontes e de Luís Gonçalves Carreira, prolonga-se no mesmo sentido até passar a 40 metros a nascente do cemitério de Aguçadoura, medidos na estrada municipal, segue até cruzar com o caminho da Bouça da Areia, terminando no caminho de Parau, no lugar do Couto, limites da freguesia da Estela.

a)-Em cada um do pontos referidos: Esqueirinhas, caminho de Prelades, estrada municipal, Bouça de Areia e Couto será colocado um marco, ficando as freguesias de Navais e Aguçadoura limitadas pela ligação sucessiva, e em linha recta, dos cinco marcos.

"


quinta-feira, 9 de setembro de 2010


Terroso










Ruínas da Cividade de Terroso no seu aspecto actual. A sua queda foi romanceada no livro «Uma Deusa na Bruma», de João Aguiar.








Grupo de trabalhadores que fizeram as escavações em 1906 na Cividade.




Planta da Cividade no decurso das escavações de 1906, feita pelo arquitecto Arthur Cruz da Câmara Municipal da Póvoa de Varzim.


Terroso é uma freguesia portuguesa do concelho da Póvoa de Varzim, com 4,63 km² de área e 2 472 habitantes (2001). Densidade: 533,9 hab/km².

A sua área foi habitada desde épocas pré-históricas, como o evidenciam os topónimos Leira da Anta (entre Terroso e Amorim) e Cortinha da Fonte da Mama ou o Castelo de Paranho, de origem medieval, mas de que apenas chegaram à actualidade escassas ruínas.

Conserva-se inviolada a Mamoa de Sejães. Na acrópole do monte da freguesia, persiste ainda a Cividade de Terroso.

Foram naturais de Terroso os Monsenhores Lopes da Cruz, fundador da Rádio Renascença, e Manuel Vilar e o Cónego escritor Molho de Fraia.


Terroso situa-se a cerca de 5 Km a nordeste da cidade da Póvoa de Varzim, tendo como limites as freguesias de Rates a noroeste, Laúndos a norte, Estela a noroeste, Navais a oeste, Amorim a sudoeste, Beiriz a sul e Rio Mau (já no concelho de Vila do Conde) a este.

Freguesia localizada em zona de transição, distinguem-se duas regiões em Terroso, o Monte da Cividade e a Planície Litoral, que por vezes, é ali denominada Planície de São Lourenço. Notam-se as zonas arborizadas, com flora autoctone no Monte da Cividade, e um grande cordão de bouças no Alto das Póvoas, que sofreu uma significativa desflorestação com os fogos florestais de 2006 com a pressão da actividade agrícola, tendo estas áreas desde aí substituídas por campos agrícolas e até mesmo estufas. Em 2007, a Câmara Municipal procedeu à reflorestação de 3300 m2 no Lugar do Carregal com meio-milhar de pinheiros-mansos.

Os lugares de Terroso são Boavista, Carregal, Certainha, Ordem, Paranho, Passô, Pé do Monte, Póvoas, Santo António, São Lourenço, São Pedro, São Salvador, Sandim, Sejães e Vilar.