sexta-feira, 29 de março de 2019

Maria do Alívio




Um casal britânico quis saber quem era a jovem numa foto de 1956. Acabou a fazer um filme sobre a Póvoa de Varzim 
Maria do Alívio tinha 16 anos quando foi apanhada pela lente de Agnès Varda a passar sob uma imagem de Sophia Loren. Um casal britânico quis saber a sua história e acabou a realizar um filme sobre a dicotomia entre pescadores e turistas.
Quando visitaram pela primeira vez a Póvoa de Varzim, em 1996, Steve Harrison e Morag Brennan estariam longe de imaginar que a cidade se tornaria (afinal) um ponto de passagem recorrente durante os próximos anos. De “turistas curiosos”, o casal do Reino Unido – ele, inglês e ela escocesa – que na década de 90 queria apenas “fugir ao caos mediático da morte da princesa Diana”, encontrou razões suficientes para regressar. Uma delas foi o filme documental Um Conto de Duas Cidades.

 “Não sei se foi o ar ou a atmosfera, mas desde que nós chegámos, tornou-se um lugar especial para nós. Parecia que podíamos finalmente respirar. Apaixonamo-nos, não foi?”, diz Morag Brennan, enquanto olha para o marido, Steve Harrison. O conforto que encontravam na cidade e o gosto pela História – o realizador tem formação nesta área – foram a combinação perfeita para o que haveria de acontecer, anos mais tarde.

Em 2010, o casal viu um postal em Lisboa que achou curioso: uma fotografia a preto e branco de uma mulher com vestes negras que andava descalça numa rua. No muro atrás dela estava fixado um cartaz meio rasgado de Sophia Loren, conhecida actriz italiana da década de 50 e, ao lado, uma tabuleta de madeira com a palavra “Vende-se”. Num ápice, descobriram que a autora da fotografia era Agnès Varda, cineasta belga que ambos admiram, e que o cenário era a Rua das Lavadeiras, na Póvoa de Varzim, em 1956.
Ora uma descoberta destas não podia ficar por ali. Quando voltaram ao Norte de Portugal, procuraram saber quem era aquela jovem que não usava sapatos, que tinha as pernas à mostra, que carregava o preto no corpo e com o cabelo amarrado no cimo da nuca, o chamado puxo — tão comum nas mulheres da comunidade piscatória da Póvoa de Varzim. Maria do Alívio era o seu nome e na fotografia tinha 16 anos. “No próprio dia em que pedimos ajuda no posto de turismo da Póvoa, o José de Azevedo [historiador local] levou-nos a uma visita guiada pelo Bairro Sul [um dos bairros tradicionais da cidade] e contou-nos quem era aquela mulher e como tinha morrido”, explica Steve Harrison.
À medida que foram conhecendo os pormenores da comunidade piscatória da Póvoa de Varzim, especialmente o seu passado, o casal pensou em documentar todas as informações num artigo científico. No entanto, havia muito mais do que aquele grupo de pescadores e as suas famílias. “Apercebemo-nos do que a Agnès Varda estava a tentar dizer naquela fotografia: a Maria do Alívio representava a comunidade piscatória e a Sophia Loren representava a parte turística da cidade”, refere o realizador.

Mais habituados a frequentar a zona turística da Póvoa, onde a praia e a época balnear são os cartões-de-visita, os dois realizadores só verificaram a “divisão” após conversarem com os pescadores. “Começamos a ver e a ouvir o modo como falavam da 'cidade turística', como se fosse algo muito separado deles”, diz Steve. “A partir desse momento, nós vimos a fotografia diante dos nossos olhos: a comunidade piscatória vestia-se e comportava-se de forma diferente”, acrescenta Morag.
Embora ambos acreditem que as diferenças sejam cada vez menores nos dois lados opostos da cidade, algo é impossível de negar: nas décadas de 50 e 60, a Póvoa de Varzim era o conjunto de dois lugares, diferentes entre si, mas sob alçada do mesmo território e da mesma autoridade. Daí a importância de fazer um filme: “Fomos incentivados pelas pessoas da cidade. Mas também vimos uma geração inteira a morrer. As pessoas mais idosas, que estavam todos os dias sentadas nos mesmos lugares em Aver-o-Mar [freguesia da Póvoa de Varzim], já não estão lá. Perdemo-las. Tínhamos de contar as suas histórias”, salienta o realizador.
“Não tirei o negro do meu corpo e hei-de continuar até à cova”
Conhecer os dois lados de uma mesma cidade implicava ouvir as vozes tanto da comunidade piscatória como da parte turística da Póvoa de Varzim. Estando os dois lugares conotados com zona sul e a zona norte da cidade, cuja “divisão” e rivalidade atinge o auge com a Festa de São Pedro no final de Junho – o Bairro Sul e o Bairro Norte –, o tempo dedicado no filme a cada um é também preciso. “Demos 45 minutos a ambos. O que pretendemos foi conhecer em grande detalhe as peculiaridades da cultura da comunidade piscatória e depois marcar as diferenças com a 'cidade moderna'”, esclarece Steve. “Não tínhamos nenhuma agenda, só queríamos entender como era a Póvoa em 1956”, confirma Morag.

Uma das formas de conhecer a cidade na década de 50 e sobretudo reviver o que teria sido a vida de Maria do Alívio — a rapariga de 16 anos da fotografia de Agnès Varda —, era falar com mulheres de pescadores. Da vida dura de trabalho na venda do peixe aos horários desgastantes nas fábricas, a figura feminina comandava a família enquanto o marido estava no mar.

“Por essa razão, focámo-nos nas mulheres, porque era pouco natural isto acontecer naquele tempo”, reforça o realizador. Contrariamente ao papel de subserviência que geralmente teria perante o homem e consonantes com “regras” conservadoras do Estado Novo, a mulher na comunidade piscatória era forte, independente e dona de si mesma.

Nas entrevistas do filme às quatro mulheres de pescadores, a fragilidade também se faz sentir, especialmente quando um ente querido morre no mar. “Não tirei o negro do meu corpo e hei-de continuar até à cova”, diz uma delas, após cerca de 20 anos de luto pelo filho.

De um Sul pescador para um Norte empreendedor, a vida na Póvoa de Varzim fazia-se de subsistência e também de muito esforço para levar avante os negócios de família. Dos cafés e das mercearias aos quartos alugados aos veraneantes, a cidade era apetecível para os habitantes e para os de fora, económica e politicamente. “Não se pode fazer um filme em Portugal sobre as décadas de 50 e 60 sem falar do autoritarismo a que Portugal estava sujeito”, admite Steve Harrison.
A Póvoa de Varzim não passava despercebida dos olhares da ditadura. Um Conto de Duas Cidades mostra como a “cidade à beira-mar” era um importante indicador dos ventos de mudança ou de autoritarismo, que importavam travar ou manter, respetivamente. Da esposa do general Franco, de Espanha — Carmen Polo —, que fazia compras na Ourivesaria Gomes, numa das mais conhecidas ruas comerciais da Póvoa de Varzim, até à campanha presidencial de 1958 do general Humberto Delgado na cidade, que deixou a esperança de uma democracia precoce – mas que só se viria a concretizar em 1974 e já sem o “General Sem Medo”.

Para Steve Harrison, Salazar queria agradar aos pescadores e não gostava da vertente empreendedora que a Póvoa de Varzim começava a ganhar na zona turística durante a época balnear. A independência económica e financeira significava a insubmissão do pensamento e o começo dos questionamentos acerca do estado do país.
A cidade poderia não estar muito politizada na comunidade piscatória, mas todos sabiam do que o Estado Novo era capaz. “Era resiliência e não resistência. As pessoas viviam e lidavam com a ditadura. Tiveram um compromisso consigo mesmas e com o regime. Eu não as culpo ou censuro”, afirma. Se uns guardavam os pensamentos para si, outros davam voz a eles. Alguns poveiros seguiram de perto Humberto Delgado e sofreram as maleitas desse apoio: foram denunciados por informadores e perseguidos pela polícia política.

“A Póvoa de Varzim seria a primeira cidade que ele visitaria após ser eleito como Presidente da República. Ele próprio disse isso no seu discurso”, explica Steve Harrison. “Como historiador, só posso concluir que a vinda de Humberto Delgado à cidade foi um momento histórico muito importante”, acrescenta. Como é descrito no filme, Humberto Delgado teria maioria absoluta na Póvoa de Varzim e nos concelhos limítrofes, caso não fossem as várias mesas de voto forjadas nessas eleições a favor do candidato do regime, Américo Tomás.

E Agnès Varda sabia o poder da fotografia que tinha em mãos? “Estou convencida de que sabia. Ela tem uma cápsula onde guarda as peças mais importantes da sua vida e a fotografia da Maria do Alívio é uma delas”, afirma Morag Brennan. “Eu adorava conhecer as outras fotografias que ela tirou na Póvoa. É essa a minha ambição: descobrir esse rolo fotográfico”, conclui Steve Harrison, entre risos.

terça-feira, 19 de março de 2019

Parabéns Eduardo Pinto


http://eduardoppinto.blogspot.com/

Parabéns velhote, entretanto fazes 109 anos.


É triste... tirando raras exceções, não há Filho da Puta nenhum que se lembre de ti, a começar pela Câmara Municipal de Vila do Conde, pelo Clube Fluvial Vilacondense, pelo Rio Ave Futebol Clube, pelo Clube Naval da Póvoa de Varzim, pelos Vilacondenses em geral. Vivemos numa sociedade de hipócritas, de egoístas e oportunistas. Todos se serviram de ti e depois da tua partida... "Rei morto, Rei posto"
Este mundo é feito de ingratidão. Enquanto estás no ativo e és válido toda gente te bajula e te conhece. Se por acaso tens a infelicidade de uma doença ou partes para a outra vida já ninguém se lembra de ti. Infelizmente a vida assim. Mas estou cá eu para me lembrar de ti todos os dias da minha vida até morrer. Obrigado Pai por aquilo que foste para mim. Nunca te esquecerei.



Nº 40

Eduardo, fº legitº de João Baptista Pinto e D Carolina Isabel Pereira Pinto

Cedula A 105141 em 14.7.1974
Casou na conservatoria do registo civil de Vila do Conde, em 10 do corrente com Delfina Maria da Silva Meireles, natural de Maximinos, desta cidade. Braga onze de Maio de mil novecentos e trinta e trez.

Faleceu na freguesia de Cedofeita, Porto em 17 do mês findo. Boletim nº 241 maço 5 em 19 de Novembro de 1979
Aos vinte e cinco dias do mez de Junho do anno de mil novecentos e dez, n'esta Igreja parochial de São Pedro de Maximinos, concelho e diocese de Braga, com Licença do Excellentissimo Ordinario, que fica archivada, baptisei solemnemente um individuo do sexo masculino, a quem dei o nome de Eduardo e que nasceu n'esta freguesia às sete horas da manhã do dia tres do mez d' abril do dito anno; filho legitimo de João Baptista Pinto, primeiro sargento d'infanteria, natural da freguesia da Sé, da cidade e diocese de Bragança, e de Dona Carolina Isabel Pereira Pinto occupada no governo doméstico, natural de Santa Maria, da referida cidade e diocese, onde foram recebidos, parochianos desta de Maximinos e moradores na rua Direita;, neto paterno de João Evangelista Pinto e Maria dos Prazeres Pinto e materno de Julio Cesar Pereira e Rosa Florinda Pinheiro. Foram padrinhos Joaquim José Pereira da Silva, casado, proprietario, e Maria do Rosario Coutinho, solteira, proprietaria, os quais todos sei por informações serem os proprios. E para constar lavrei em duplicado este assento que, depois de ser lido e conferido perante os padrinhos commigo o assignaram. Era ut supra Os padrinhos.

Assinaturas:


O abade Antão José d' Oliveira



Arquivo Distrital de Braga, Paroquial Lv. 1130, fls, 12vº (1910)

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Pelo pouco que li... por tudo que não conheci... (mas gostava de ter conhecido). Sinto que o orgulho que sentes pelo teu Pai, será o mesmo que um dia irei sentir por ti. "És o meu Herói"...
Rui Calafate
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Pelo que li neste blogue e pela forma como falas do teu pai, acredito que foi realmente um grande homem. Não é à toa, portanto, o amor e o orgulho que tens por ele. Foi de certeza o teu mestre, o teu melhor amigo e o melhor pai do mundo e não importa se partiu cedo de mais, porque os seus ensinamentos e o seu amor ficarão para sempre contigo.
Abraço. 
Rosa Maria Moura
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Herdei de meu pai, João Pedro Fernandes (o Baratinha), uma pequena empresa de recovagem entre Porto, Vila do Conde e Póvoa de Varzim, na qual trabalhei até Setembro de 1976, o que me obrigava a ter conhecimentos na vizinha vila. Diziam os Vilacondenses que ali “reinavam” três “reisinhos”, Bento Amorim (presidente da Câmara, José Teixeira da Silva, secretário da mesma e Eduardo Pereira Pinto, chefe dos Serviços Municipalizados). Contactei com Eduardo Pinto, casualmente, 3 ou 4 vezes. Encontrei-o, muitas mais vezes, na Póvoa onde ele tinha os chamados “Amigos do Peito”, desenhados num quadro que existe na casa do que viria a ser meu genro, José Rui da Silva Caldas Pinto, e que era seu filho. Dizia-se que era um “bon vivant”, pois que gostava dumas “tainadas” com os tais amigos. “Outros amigos”, por vezes, abusando do seu bom coração, cravavam-no. O filho herdou o mesmo bom coração e as mesmas consequências. A sua solidariedade com os mais necessitados é bem conhecida de todos os que com ele conviveram, indo ao ponto de, com risco da própria vida, ter salvo inúmeras pessoas. Foi um atleta de mão cheia o que se vê pelas inúmeras medalhas que conquistou.
Humberto Fernandes “O Baratinha”
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Lembro-me perfeitamente do Sr. Eduardo Pinto na minha adolescência. Era um Homem muito charmoso e com muita personalidade. Nunca pensei que um dia iria casar com o seu filho mais novo. Na realidade não o tive como sogro, pois, quando casei, já tinha falecido. Tive pena de não o ter conhecido mais profundamente, pois, da maneira que o meu marido o idolatra, deveria ser uma pessoa excepcional. Ainda hoje chora copiosamente a sua morte. É impressionante o Amor que ele sente pelo pai apesar de já ter falecido há tantos anos. Sempre ouvi falar que este senhor fez muito por Vila do Conde e admira-me que ninguém, até hoje, lhe tenha feito uma homenagem. Outros, por menos, são homenageados. Enfim ….....

Beijinhos. 
Manuela Pontes
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Olá, obrigado por partilhares comigo. Já adicionei aos meus favorito. Está muito bonito o blog. Quem merece, nunca é esquecido e continua connosco na caminhada. Eu também tenho muitas saudades do meu Pai e imagino-me muitas vezes sentada no seu colo. Enfim… um beijo muito grande.

Anónimo
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Obrigado Zé Rui, pelo facto de por este meio ter revivido grande parte do meu passado, e de pessoas que me foram muito queridas. 

José Cunha 

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Peço desculpa por o contactar por este meio, mas hoje, ao consultar o blog do Zé Cunha "Carioca da Vila" encontrei o seu blog dedicado ao seu pai e não pude deixar de lhe escrever. Vou identificar-me. Chamo-me Maria Síria de Macedo Vieira dos Santos, tenho 57 anos nasci e vivo em Vila do Conde. Sou filha de um também grande amigo do seu pai, O Manuel Eduardo Santos que trabalhou na Câmara de Vila do Conde durante 40 anos. Tenho boas recordações do seu Pai, pois também com o meu, ia várias vezes a casa do seu pai, que saudades. Em 1969 fui trabalhar para a Câmara, também, e convivi de perto com o seu Pai e com a sua Irmã Isabel. Ainda tenho guardada uma prenda de casamento que o seu pai me deu em 1973! Sim o seu pai era um homem bom, amigo do seu amigo, que hoje em dia quase não há. Envio-lhe uma das últimas fotos do meu Pai, falecido em Dez/01. Bem haja por ter conseguido construir este blog de homenagem a este "Senhor" de Vila do Conde. Delicio-me com as fotos que lá estão!

Maria Síria Santos 

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Linda Homenagem, Esta óptimo o teu blog e a homenagem que fazes ao teu Velhote não podia estar melhor, assim como a chamada de atenção a esses …... da Câmara de Vila do Conde que até hoje nada fizeram para homenagear o grande Vilacondense que foi o teu Pai... Um abraço...

Ali David

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Olá só mesmo tu para criares um blog, nem imaginas como tem sido especial, todos os dias estou lá, e faz me lembrar também sonhar com o meu Avo... Espero que tudo te corra bem, como tem estado a tia Manela? está tudo bem? 

João Pinto

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Também conheço uma historia de 4 indivíduos que o tentaram assaltar a coça que lhes deu foi tão grande que quando entraram no hospital o medico pensou que tinham sido atropelados teve a justiça de lhes esmurrar e a honra de os reparar levando-os ao hospital no seu Toyota. Tenho muitas saudades deste que foi um grande homem.

Justino Dias

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Gostei muito de consultar o blog que me aconselhaste. Tens toda a razão em teres orgulho de seres filho de um Grande HOMEM, mas tu também és GRANDE. E Homens como teu pai já não há muitos. É um bom exemplo para ti, e foi pena deixar-nos ainda novo. Mas Deus sabe o que faz, embora nos custe aceitar e compreender. Herdaste a atitude, bravura, elegância, inteligência, entre outras qualidades dele. Parabéns. 
Lucília

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Eu sou muito nova, mas o meu avô fez-me chegar que este senhor Eduardo Pinto realmente tinha muito poder de decisão em Vila do Conde, isto é tinha um dom, aquele que já não existe, o poder de ajudar todos aqueles que eram necessitados. Agora percebo com este documento o que ele queria dizer... E entendo a maneira, o carinho e o cuidado que tinha quando prenunciava o seu nome.

Anónimo

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Realmente é irónico um senhor como Eduardo Pinto, ainda não ter uma avenida ou outro tipo de homenagem sendo ele o pai de tanto em Vila do Conde.

Anónimo 

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Olá José Rui, Estive a ver o seu blogue, e fiquei muito contente ao ver umas fotografias e uma caricatura onde aparece o meu avô Zacarias Pachancho, pessoa a quem eu era muito ligada. Nas fotos da 1ª reunião dos agentes, para além do meu avô aparece o meu pai e tio. Quanto à caricatura, o meu pai conhecia-a, e talvez o possa ajudar a identificar as pessoas que lá estão, eram pessoas que também ele conheceu. Cumprimentos, 

Paula Vale Peixoto

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Cresci a ouvir o meu pai a falar deste grande SENHOR... Pois o meu pai também foi atleta de Remo no Fluvial Vilacondense... Fui testemunha durante alguns anos do amor incondicional que o José Rui, filho do Sr. Eduardo Pinto nutria pelo pai já depois ter partido... Lembro-me da pasta que o José Rui tinha com recordações do pai(recortes de jornais, medalhas, fotografias).  Mostrei esta pagina ao meu pai neste preciso momento...ficou emocionado...leu os comentários e disse o seguinte: Neste país raras vezes as pessoas boas e com valor são homenageadas...Mas as gentes de Vila do Conde reconhecem-no como um homem solidário.



Ana Maria Gomes

quinta-feira, 14 de março de 2019

Cine-Teatro Garrett

O primitivo Teatro Almeida Garrett surgiu por iniciativa de uma sociedade de cinco cidadãos do Porto, que levou à edificação do teatro num elegante edifício de madeira em 22 de Agosto de 1873 na Praça do Almada. O Teatro homenageia Almeida Garrett, impulsionador do teatro em Portugal, cuja ligação à Póvoa advém do seu amigo pessoal, o poveiro Francisco Gomes de Amorim. Na sua estadia na Póvoa, Garrett encontrou inspiração para escrever Frei Luís de Sousa. Em 4 de Setembro de 1876, foi construído, também em madeira, o Teatro Sá da Bandeira. Este teatro funciona no gaveto da Rua do Norte (hoje Rua da Alegria) com o Largo do Rego (hoje Largo David Alves). A popularidade da Póvoa de Varzim como eminente instância balnear, leva à construção de um edifício perene para o teatro, o Theatro Garrett, em 1890, em terreno próximo do velho Teatro Sá da Bandeira, levando à demolição deste. Para o Teatro Garrett transitaram quase todos os grandes actores portugueses e artistas com fama mundial .
Um espaço fundamental para a sociedade poveira da época, com impacto também no Norte de Portugal, que à Póvoa vinham a banhos, muitos foram os que assistiram no Teatro Garrett, pela primeira vez nas suas vidas, a peças de teatro, cinema e concertos. Várias acções beneméritas foram ali organizadas. O antigo e célebre monumento ao Cego do Maio, um herói local condecorado pelo Rei D. Luís I, erigida em 1906, foi construída com o dinheiro necessário obtido localmente por meio de subscrições e de espectáculos organizados pelo Clube Naval Povoense no Teatro Garrett.
Nos primeiros anos do século XX, A Póvoa era roteiro preferencial de grandes artistas nacionais e internacionais, sobretudo espanhóis. Era na Póvoa que as vedetas da época iniciavam a sua tournée por Portugal. Era, no Norte, onde existiam mais casas de espectáculos, em especial café-concerto. Cada casa trazia à Póvoa o que havia de melhor na música, arte dramática e bailado. O Teatro Garrett era o grande teatro da época. A imprensa nacional dava destaque às companhias de opereta, revista e zarzuela que ali se apresentavam. Algumas das companhias como a Sociedade Artística de Lucinda Simões, o Teatro Ginásio de Lisboa e o Teatro Nacional do Porto apresentavam peças de qualidade, e muitas em estreia absoluta.






quarta-feira, 13 de março de 2019

Instituto de Socorros a Náufragos (ISN)


O Instituto de Socorros a Náufragos (ISN) é um organismo integrado na estrutura da Direção-Geral da Autoridade Marítima (DGAM) com atribuições de direção técnica para as áreas do salvamento marítimo, socorro a náufragos e assistência a banhistas.



​​​​​​Com fins humanitários, o ISN exerce as suas funções em tempo de paz ou de guerra, assistindo igualmente qualquer indivíduo, indistintamente da sua nacionalidade ou qualidade de amigo ou inimigo.
O ISN tem as seguintes atribuições:
  • Estudar e propor as modificações a introduzir aos procedimentos de natureza técnica no que respeita à prestação de serviços com vista ao salvamento marítimo, socorro a náufragos e assistência a banhistas;
  • Dar parecer sobre equipamentos e materiais destinados às atividades de socorro a náufragos;
  • Promover a informação sobre a atividade do salvamento marítimo, socorro a náufragos e assistência a banhistas
  • Proceder a auditorias técnicas às instalações, embarcações e materiais das Estações Salva-Vidas (ESV), em colaboração com a respetiva Autoridade Marítima Local;
  • Propor a criação, extinção ou transferência de ESV;
  • Promover ações de formação e treino no âmbito da operação e manutenção das embarcações salva-vidas e demais meios de salvamento;
  • Acompanhar e monitorizar a situação operacional das ESV no que se refere às instalações, embarcações salva-vidas, material de salvamento marítimo e adestramento do pessoal;
  • Propor superiormente a admissão, promoção e demissão de pessoal do mapa do pessoal civil do ISN (QPCISN);
  • Nos termos da competência que é conferida pelas disposições legais, determinar as funções que devem ser atribuídas ao pessoal do QPCISN;
  • Propor os uniformes e distintivos específicos a serem utilizados pelos tripulantes de embarcações salva-vidas do QPCISN, bem como as quantidades de artigos a distribuir e respetivos prazos de duração;
  • Colaborar na manutenção e reparação dos meios de salvamento das ESV, assegurando a direção técnica nesta área;
  • Proceder a inspeções aos equipamentos, materiais e dispositivos de assistência a banhistas, e verificar o cumprimento das disposições relativas à assistência a banhistas, em colaboração com a respetiva Autoridade Marítima Local;
  • Licenciar o exercício da atividade de assistência a banhistas por pessoas coletivas que tenham como objeto de atividade o salvamento marítimo, socorro a náufragos ou a assistência a banhistas;
  • Realizar inspeções técnicas aos dispositivos de assistência a banhistas implementados nas Zonas de Apoio Balnear (ZAB);
  • Definir a especificações técnicas dos materiais e equipamentos destinados à informação, vigilância e prestação de salvamento marítimo, socorro a náufragos e assistência a banhistas;
  • Certificar os cursos de nadador salvador;
  • Reconhecer títulos e formações do nadador salvador obtidos em Estados membros da União Europeia;
  • Certificar para o exercício da atividade de nadador salvador, os indivíduos que se encontrem habilitados com o curso de nadador salvador certificado pelo ISN;
  • Emitir e autenticar o cartão de identificação de nadador salvador;
  • Certificar os nadadores salvadores que se encontrem habilitados com os módulos de formação adicional de técnicas de utilização de embarcações de pequeno porte, de motos de salvamento marítimo (MSM), de motos 4x4, e de viaturas 4x4 tipo "pick up", em contexto socorro a náufragos e da assistência a banhistas;
  • Propor a obtenção dos equipamentos, materiais e outros meios necessários para o salvamento marítimo, socorro a náufragos e assistência a banhistas;
  • Promover a informação necessária à prevenção de acidentes nas praias;
  • Assegurar a manutenção e reparação das viaturas atribuídas ao ISN;
  • Assegurar a representação nacional nos organismos internacionais do sector e manter contactos com entidades e organismos nacionais e internacionais sobre matéria de salvamento marítimo, socorros a náufragos e assistência aos banhistas;
  • Apoiar outros organismos humanitários que exerçam atividades nas áreas de intervenção do ISN;
  • Propor a recompensa honorífica dos atos de salvamento marítimo, socorro a náufragos e assistência a banhistas bem como dos atos de filantropia e dedicação.













sexta-feira, 8 de março de 2019

A Mulher Poveira


O monumento à Peixeira foi inaugurado em 28 de Julho de 1997, na véspera do dia de São Pedro. Este monumento evoca a lota do peixe, sendo protagonizado por um grupo de mulheres em plena atividade. É uma homenagem à mulher poveira, que sempre teve um lugar fundamental na comunidade piscatória da Póvoa de Varzim.







terça-feira, 5 de março de 2019

Gentes da Póvoa


Da autoria do escultor Rui Anahory, foi inaugurado a 15 de setembro de 1995 e pretende homenagear as comunidades que estão na génese deste concelho: a agrícola e a piscatória.
A partir do nível do chão, eleva-se uma plataforma simbolizando o trabalho da terra. Ao nível do chão situa-se uma figura representando um homem do campo em labuta (a semear) e a meio deste plano um animal (touro) em esforço e sofrimento no ato da ajuda ao homem a desbravar a terra em bruto. No plano do bronze, em que assenta, estão gravados elementos relacionados com a história e cultura do concelho interior: a terra e o homem da terra (agricultor) e o mar a quem dele e nele vive (o pescador).
Na base esquerda mais a sul está representado o pescador na sua fauna secular: o alar das redes. No lado posterior do plano uma figura humana em esforço de ombros encostados ao mesmo é uma figura simbólica, de caráter épico. A figura está em atitude semelhante à dos pescadores poveiros que alavam os seus barcos para terra de dorso encostado ao casco e pés fincados na areia. É o Atlas que segura o Mundo, é o homem que não mede esforços para avançar e se melhorar.