quinta-feira, 14 de março de 2019

Cine-Teatro Garrett

O primitivo Teatro Almeida Garrett surgiu por iniciativa de uma sociedade de cinco cidadãos do Porto, que levou à edificação do teatro num elegante edifício de madeira em 22 de Agosto de 1873 na Praça do Almada. O Teatro homenageia Almeida Garrett, impulsionador do teatro em Portugal, cuja ligação à Póvoa advém do seu amigo pessoal, o poveiro Francisco Gomes de Amorim. Na sua estadia na Póvoa, Garrett encontrou inspiração para escrever Frei Luís de Sousa. Em 4 de Setembro de 1876, foi construído, também em madeira, o Teatro Sá da Bandeira. Este teatro funciona no gaveto da Rua do Norte (hoje Rua da Alegria) com o Largo do Rego (hoje Largo David Alves). A popularidade da Póvoa de Varzim como eminente instância balnear, leva à construção de um edifício perene para o teatro, o Theatro Garrett, em 1890, em terreno próximo do velho Teatro Sá da Bandeira, levando à demolição deste. Para o Teatro Garrett transitaram quase todos os grandes actores portugueses e artistas com fama mundial .
Um espaço fundamental para a sociedade poveira da época, com impacto também no Norte de Portugal, que à Póvoa vinham a banhos, muitos foram os que assistiram no Teatro Garrett, pela primeira vez nas suas vidas, a peças de teatro, cinema e concertos. Várias acções beneméritas foram ali organizadas. O antigo e célebre monumento ao Cego do Maio, um herói local condecorado pelo Rei D. Luís I, erigida em 1906, foi construída com o dinheiro necessário obtido localmente por meio de subscrições e de espectáculos organizados pelo Clube Naval Povoense no Teatro Garrett.
Nos primeiros anos do século XX, A Póvoa era roteiro preferencial de grandes artistas nacionais e internacionais, sobretudo espanhóis. Era na Póvoa que as vedetas da época iniciavam a sua tournée por Portugal. Era, no Norte, onde existiam mais casas de espectáculos, em especial café-concerto. Cada casa trazia à Póvoa o que havia de melhor na música, arte dramática e bailado. O Teatro Garrett era o grande teatro da época. A imprensa nacional dava destaque às companhias de opereta, revista e zarzuela que ali se apresentavam. Algumas das companhias como a Sociedade Artística de Lucinda Simões, o Teatro Ginásio de Lisboa e o Teatro Nacional do Porto apresentavam peças de qualidade, e muitas em estreia absoluta.






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