O sargaço é uma alga marinha comum em regiões tropicais. No litoral do Brasil, por exemplo, existem várias espécies de sargaço. Ele costuma crescer grudado em rochas à beira-mar, mas pode se espalhar pelo oceano. "Enormes colônias de sargaço bóiam nas águas mornas do Atlântico graças às suas vesículas flutuadoras, que funcionam como pequenos balões cheios de ar", diz o naturalista Eurico Cabral de Oliveira, da USP, especialista em algas marinhas. Os navegadores europeus da Era dos Descobrimentos deixaram narrativas escabrosas sobre embarcações aprisionadas no célebre Mar dos Sargaços, região no norte do Caribe que tem uma concentração impressionante dessas plantas flutuando na superfície do oceano. Mas muitas dessas lendas eram exageradas, como comprovou o explorador genovês Cristóvão Colombo, o primeiro a descrever o sargaço, em 1492. Mesmo assim, ele passou maus bocados para conduzir a caravela Niña até a América atravessando aquela região sem ventos.
Mais recentemente, cientistas descobriram que o Mar dos Sargaços é um santuário para muitos animais. Além de tartarugas marinhas ameaçadas de extinção, pequenos crustáceos (como camarões) e moluscos excretam a amônia e o fosfato que as algas usam como nutriente. Sua recompensa é crescerem protegidos dos predadores e rodeados de comida. O sargaço também é uma matéria-prima versátil para várias indústrias. Dele se extrai o alginato, substância viscosa usada como goma em adesivos, cosméticos e alimentos. Essa alga também é um ingrediente tradicional na medicina oriental e está sendo estudada em pesquisas de combate ao câncer e à Aids: há sinais de que os polissacarídeos (um tipo de carboidrato) do sargaço ajudam a fortalecer o sistema imunológico e a inibir o crescimento de tumores.
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