quinta-feira, 30 de dezembro de 2010
domingo, 19 de dezembro de 2010
O Natal é uma época marcante na comunidade piscatória da Póvoa de Varzim. Tempo de encanto, de alegria e tradições muito próprias, de grande significado para a gente do mar. Ainda o Natal vinha longe e já o rapazio se perdia na compra de bonecos de barro (chamados de pastorinhos), recolha de musgo (conhecido por burriço) pelos muros, confecção de castelos, pontes e moinhos de papelão, peças indispensáveis para um presépio que levava a semana inteira a ser montado, geralmente no quarto da frente, perto da janela virada para a rua, para que toda a gente do bairro admirasse a obra.
Depois, em grupo, os miúdos vizinhos, de remendos nas calças, boina enfiada e camiseta aos quadrados, ensaiavam no fundo do quintal as Cantigas ao Menino ou Versos ao Menino Jesus (não era vulgar chamar-se Cantar as Janeiras), com reco-reco, ferrinhos, castanholas, pinhas secas, pandeiros e testos. Eram os preparativos para a noite de consoada ou noite de ceia (Natal) onde toda a família se reunia, esquecendo zangas ou divergências antigas. A ceia, uma mistura de prazer da mesa e culto religioso, era um festival permanente de boa disposição, de cantorias e recordações. Lembravam-se vivos e mortos, com algumas orações a preceder a refeição maior.
Para o pescador poveiro, na noite de consoada, o ruivo e o peixe seco eram pratos «obrigatórios». Toda a gente comia no chão e geralmente na cozinha, onde a lenha do fogão servia de aquecimento central.
O Pai Natal era, ainda, um desconhecido e a troca de prendas não entrava nos hábitos da gente da pesca. De árvores enfeitadas, não há qualquer testemunho. Para os mais novos a grande prenda era a sobremesa. Esperavam, com ansiedade, os pratos de aletria e rabanadas, doces típicos (e únicos) do Natal poveiro. No final, distribuíam-se figos, nozes e pinhões, complementos indispensáveis na Ceia do Senhor, utilizados no jogo do rapa, disputado em grande algazarra por toda a família.
Acabada a Ceia, os grupos de Cantigas ao Menino, muitas vezes acompanhados por familiares, percorriam o bairro cantando de porta em porta. Em cada paragem perguntavam: - Vai ou não vai? Se alguém respondia «vai», ouvia-se, de imediato, o «concerto» de ferrinhos e reco-reco. Como recompensa, o dono da casa oferecia castanhas, figos, rebuçados ou algumas (poucas) moedas. A Noite do Menino ou de Consoada prolongava-se até à Missa do Galo, última etapa de uma noite especial, plena de religiosidade, de encantamento e de alegria.
Maria Gabriela Azevedo
Doce típico do Natal, a Rabanada encontra diferentes sabores e modos de preparação na mão de quem as confecciona. Mas na Póvoa de Varzim essa diferença acentua-se ou não fosse esta a casa daquela que é conhecida como Rabanada Poveira.
A sua diferença reside no tipo de pão escolhido para lhe dar forma: ao invés do pão cacete, usado nas receitas mais tradicionais, a Rabanada Poveira é feita a partir de pão “trigo” (bijou ou molete), uma alternativa que surgiu como forma de aproveitar as sobras do pão. Os restantes ingredientes ficam à escolha do seu criador, mas segundo a receita original (da autoria do Sr. Leonardo, fundador do restaurante com o mesmo nome), não podem faltar o leite, os ovos, o açúcar, a canela e o sal.
quinta-feira, 16 de dezembro de 2010
quarta-feira, 8 de dezembro de 2010
domingo, 5 de dezembro de 2010
Após a edificação da Casa dos Pescadores Poveiros, para assistência aos velhos pescadores, pensou-se em algo semelhantes para os operários poveiros. No dia 1 de Novembro de 1928, um grupo de operários poveiros reuniu-se para relembrar um amigo dos pobres, Joaquim Graça, que teria sido o pioneiro da causa. Foi constituída a Comissão Pró Causa dos Poveiros a que presidiu Manoel Felipe de Castro e orientação de José da Costa Novo. A Comissão Organizadora ficou definitivamente constituída a 6 de Abril de 1929 com várias personalidades.
O Sindicato Único da Construção Civil da Póvoa de Varzim que, elegendo uma comissão que, depois de enviar uma circular para poveiros residentes no estrangeiro, conseguiu angariar donativos em dinheiro. A colónia poveira de Manaus, que se distinguia pelo fervoroso apego à sua terra natal e se organizou no Grupo Pró Póvoa, nomeou Baptista de Lima como seu representante na Póvoa. A comissão de Manaus comprometeu-se a angariar donativos com a condição que a Casa não fosse exclusiva do Sindicato da Construção Civil.
A Comissão Organizadora foi constituída definitivamente a 20 de Fevereiro de 1929 e presidida por Joaquim dos Santos Graça, conforme indicação da Comissão de Manaus. Nova Comissão Organizadora foi constituída em 1929 por João Baptista de Lima, delegado da comissão de Manaus e António Correia dos Santos, da imprensa local.
Em 1933 associam-se várias classes de operários e nomeiam-se os representantes de cada profissão: gráficas, metalúrgicas, cordoeiros, empregados de hotel, electricistas, sapateiros, alfaiates e outros. Em 1933, inicia-se a propaganda para edificação da Casa do Operário Poveiro para abrigar trabalhadores poveiros inválidos por acidente ou velhice ou sem recursos.
Em 25 de Julho de 1933 é decidida a compra de um antigo e elegante prédio denominado Montepio, na Rua da Lapa, com a inauguração em 3 de Dezembro de 1933 com a presença do Presidente do Município, Dr. Carlos Moreira e do Administrador do concelho, Capitão Carlos Canelhos. O edifício é a antiga sede do Montepio. Ali foram instalados os serviços da referida associação em 1 de Março de 1864 que encerrou em 1877, prestava serviços à classe piscatória, em especial, mas também a artistas e agricultores.
Devido a um despacho do Secretário das Corporações e Providência Social que ditava o fim da Casa dos Operários, pois o Estado Novo entendia a organização como de carácter profissional e não de previdência social. A 16 de Julho de 1935, dá-se assim à refundação como "A Filantrópica Sociedade Cooperativa CRL", em homenagem aos Poveiros do Brasil, não deixando cair algo a que muitos se tinham dedicado em construir na Póvoa algo, humanamente, nobre.
sábado, 27 de novembro de 2010
quinta-feira, 25 de novembro de 2010
Fontanário de duas bicas, construído em 1855 para substituir o da Praça do Almada. O fontanário foi coberto por um painel de azulejos em 1955, por altura dos cem anos da sua construção, possuiu o brasão ou escudo da Póvoa de Varzim e uma mulher, de túnica e manto com o braço direito apoiado numa âncora, que representa a Póvoa de Varzim.
terça-feira, 23 de novembro de 2010
Fonte da Bica ou Fonte de Coelheiro é uma fonte histórica da cidade da Póvoa de Varzim em Portugal, localizada em Coelheiro.
As mais antigas referências conhecidas à fonte datam de 1553 e 1567. Foi outrora a principal fonte que, pelo Aqueduto de Coelheiro, fornecia água ao centro da cidade e ao qual estão associadas lendas e tradição casamenteira.
Dizia-se que a fonte além de "providenciar magnífica água potável", providenciava também "às raparigas solteiras um meio excelente de provisão de matrimónio". Para tal bastava atirar uma pedrinha para o nicho que remata a fonte, se caisse dentro o matrimónio era certo.
Diz-se que nas noites de sexta-feira de Lua Cheia o Diabo passava pela fonte em direcção à Ponte do Coelheiro (ou Ponte do Diabo) por cima do ramal de Famalicão.
A fonte tem sido alvo de vandalismo, apesar de se encontrar protegida como património pelo município. Realiza-se ali anualmente a Noite do Fado organizada pela associação do bairro, o Grupo Recreativo Estrela do Bonfim.
domingo, 21 de novembro de 2010
Orago Nossa Senhora da Conceição
População 27.613 habitantes- 23.925 recenseados
Feiras Às segundas-feiras de cada semana a Feira das Moninhas; Feira da Louça (Festa da Nossa Senhora das Dores)
Artesanato Camisolas Poveiras, Rendas de Bilros e Miniaturas de Barcos Poveiros
Gastronomia Arroz de sardinha, caldeirada de peixe, pescada à Poveira, rabanadas à Poveira, e sardinhas assadas à Poveira
Festas e Romarias Semana Santa Nossa Senhora do Desterro (último domingo de Abril) S. Pedro (29 de Junho) Nossa Senhora da Assunção (15 de Agosto) Nossa Senhora das Dores (16 de Setembro ou fim de semana próximo) Actividades económicas Serviços (comércio e turismo), pesca, indústrias (conserveira, cordoaria e têxtil) e construção civil.
Património cultural edificado Pelourinho, edifício dos Paços do Concelho, Fortaleza de Nossa Senhora da Conceição, Igreja das Dores, Igreja Matriz, Biblioteca Municipal e Museu Etnográfico e Igreja da Lapa.
Outros locais de interesse turístico Praias, picadeiro, porto de pesca, Marina e o Casino.
Colectividades Varzim Sport Club, Clube Desportivo da Póvoa, Clube Naval Povoense e os Leões da Lapa Futebol Clube, Associação Cultural e Recreativa da Matriz, Centro de Desporto e Cultura Juvenorte, Cooperativa "A Filantrópica", Grupo Folclórico Poveiro, Octopus, Grupo Recreativo Estrelas do Bonfim, Associação Cultural e Desportiva da Mariadeira, Grupo Recreativo Regufe, Associação Poveira Coleccionismo Grupo 6 - Cultura e Coleccionismo, Unidos ao Varzim, Académico de Belém e Associação Cultural e Desportiva de Barreiros.
Orago Nossa Senhora da Boa Viagem
População 4.519 habitantes - 3.637 recenseados
Feiras "Hortipóvoa" Exposição/Feira Hortícola da Póvoa de Varzim (Julho)
Festas e Romarias Nossa Senhora da Boa Viagem (último domingo de Julho)
Actividades económicas Horticultura, pesca e comércio
Património cultural edificado Igreja paroquial ( de N.ª Sr.ª da Boa Viagem ) e fachada da antiga igreja paroquial
Orago S. Tiago
População 2.786 habitantes - 2.205 recenseados
Festas e Romarias Santo António (13 de Junho) Procissão dos Passos (3º domingo da Quaresma)
Actividades económicas Agricultura e indústria têxtil
Outros locais de interesse turístico Apreciar a nossas mantas, provar a Broa do Casino de Amorim
Colectividades Centro Social "Bonitos de Amorim"
Orago S. Miguel-o-Anjo
Orago Nossa Senhora das Neves
População 8.943 habitantes - 5.490 recenseados
Festas e Romarias Nossa Senhora das Neves (Domingo próximo a 7 de Agosto) Santo André (30 de Novembro)
Actividades económicas Agricultura, pesca, apanha do sargaço e construção civil
Património cultural edificado Igreja paroquial e Capelinha de Santo André
Outros locais de interesse turístico Medas e Sargaço
Orago Santa Eulália
População 2.463 habitantes - 1.924 recenseados
Festas e Romarias Senhor da Cruz Aparecida (bienal, em Julho) S. Sebastião (Janeiro)
Actividades económicas Agricultura, indústria têxtil e construção civil
Património cultural edificado Igreja paroquial Capela de Santa Cruz Solar dos Carneiros
Colectividades Associação Desportiva e Cultural de Balasar (futebol) e a Associação Cultural de Balasar (festa, exposições, recolha de tradições e folclore)
Orago Santa Eulália
População 3.223 habitantes - 2.414 recenseados
Artesanato Tapetes de Beiriz
Festas e Romarias S. Gonçalo (domingo e segunda-feira ao 7º domingo depois da Páscoa)
Actividades económicas Agricultura, construção civil e indústria têxtil
Património cultural edificado Igreja paroquial
Outros locais de interesse turístico Aqueduto de Santa Clara (monumento nacional)
Colectividades Associação de Amizade de Santa Eulália de Beiriz (karaté e ténis) e a União Desportiva de Beiriz (futebol)
Orago Nossa Senhora da Expectação
População 2.635 habitantes - 2.109 recenseados
Feiras Semanal, aos domingos
Festas e Romarias S. Tomé e Nossa Senhora do Alívio (1.º domingo de Julho)
Actividades económicas Agricultura, construção civil e metalomecânica
Património cultural edificado Igreja paroquial
Outros locais de interesse turístico Campos de Masseira, campo de golfe e parque de campismo
Colectividades Associação Juvenil de Estela, a Associação Cultural e Recreativa Estelense, o Grupo Desportivo, Cultural e Recreativo da Senhora do Ó, o Clube dos Caçadores de Estela e o Estela Golf Clube
Orago S. Miguel
População 2.106 habitantes - 1.650 recenseados
Artesanato Mantas e tapetes de farrapos
Festas e Romarias N. Senhora da Saúde (1.º domingo de Agosto) S. Félix (1.º domingo de Setembro)
S. Miguel (29 de Setembro)
Actividades económicas Agricultura, construção civil, artesanato de mantas, tapetes de farrapos e transformação de mármores
Património cultural edificado Igreja paroquial, Capela da Senhora da Saúde e Capela de S. Félix
Outros locais de interesse turístico Monte de S. Félix e moinhos
Orago Divino Salvador
População 1.676 habitantes - 1.475 recenseados
Festas e Romarias Santa Luzia (13 de Dezembro)
Actividades económicas Agricultura
Património cultural edificado Igreja paroquial, Capela de Santo António e Fonte do Crasto
Colectividades Centro Desportivo e Cultural de Navais e no Rancho Folclórico Etnográfico Os Camponeses de Navais
Orago S. Pedro de Rates
População 2.534 habitantes - 1.929 recenseados Festas e Romarias Senhor dos Passos (Domingo de Ramos) Corpo de Deus Santo António S. Pedro de Rates (26 de Abril)
Actividades económicas Agricultura e indústria têxtil, serração e transformação de madeiras, metalomecânica e construção civil
Património cultural edificado Igreja Matriz, Pelourinho e Capela do Senhor da Praça
Colectividades Associação de Amizade de S. Pedro de Rates, Centro Social de Bem-Estar de S. Pedro de Rates, Escola de Música, Rancho Folclórico de S. Pedro de Rates, Associação Casa-Escola Agrícola "Campo Verde", Associação de Produtores de Leite e Carne de Entre Douro e Minho (LEICAR), Casa do Povo, Clube de Caçadores e o Clube de Tiro de S. Pedro de Rates.
Orago Santa Maria
População 2.475 habitantes - 1.944 recenseados
Artesanato Mantas e tapetes de farrapos - as famosas mantas de Terroso
Festas e Romarias Nossa Senhora das Candeias (2 de Fevereiro)
Actividades económicas Agricultura, pecuária, construção civil e transformação de mármores
Património cultural edificado Igreja paroquial, capelas de S. Lourenço, S. Salvador e Santo António, Cruzeiro de S. Salvador e Cruzeiro de S. Lourenço (1583)
Outros locais de interesse turístico Cividade de Terroso.
Colectividades Centro Cultural e Desportivo de Terroso (CCDT), Centro Social e Paroquial de Terroso e o Rancho Folclórico das Lavadeiras de Santa Maria de Terroso.