quinta-feira, 29 de março de 2012






A Beneficente – Póvoa de Varzim, fundada em 1 de Janeiro de 1906, é uma Associação de Solidariedade Social sem fins lucrativos, que tem contemplado, na actividade assistencial, o apoio aos mais carenciados e, na vertente educacional, actividades e serviços para crianças e jovens, cumprindo os ideais dos fundadores.

A criação desta instituição teve origem num grupo poveiro denominado COMPANHEIROS DO BEM, que desenvolvia um trabalho social em prol dos “pobres e necessitados”, com intervenção ao nível alimentar e hospitalar.

A Direcção provisória de então foi entregue ao Padre Afonso dos Santos Soares e a Laurindo Marques Oliveira.

Os primeiros estatutos foram aprovados pelo Governo Civil do Porto em 1 de Agosto de 1906, com a denominação de Associação de Caridade.

Desde então, esta Associação tem vindo a desenvolver e implementar respostas sociais para a população poveira, no sentido de se diluírem os problemas sociais que emergem na comunidade, especialmente na classe piscatória.

Enquanto não teve um edifício sede, a Associação desenvolveu actividades num edifício situado na Rua Conselheiro Abel Andrade, nesta cidade da Póvoa de Varzim (em frente à Escola dos Sininhos), passando depois para a Rua do Visconde, edifício que foi residência paroquial.

A Direcção eleita em 1944, presidida pelo Pároco da Matriz, Reverendo Padre António Cândido Pires Quesado, teve como colaboradores o Tenente Luís Novais Rodrigues, Manuel Afonso Esteves, Alberto Brandão Campos Matos, Manuel Gomes Moreira Amorim, Modesto Rodrigues Maio e José Santos Ribeiro, que levaram por diante a construção do edifício sede na Rua Fernando Barbosa, o qual foi inaugurado no ano de 1953 pelo Vice-Governador Civil do Porto e benzido pelo Arcebispo Primaz de Braga.

Um dos momentos áureos desta Associação de Caridade aconteceu na década de 1950, com a inauguração do Edifício Sede, que passou a servir, no refeitório conhecido por “Sopa dos Pobres”, cerca de quatrocentas refeições diárias gratuitas.

Em Outubro de 1970, foi inaugurado o Jardim-escola Santo António, instalado num edifício alugado na Rua da Conceição n.º 11, na Póvoa de Varzim, com a valência de Pré-Primário, destinada a 75 crianças carenciadas do concelho, com idades compreendidas entre os três e os seis anos.

No decorrer do ano de 1975, o Edifício Sede da Associação teve uma ocupação forçada, fruto de uma imposição das autoridades civis de então, que veio a paralisar A Beneficente na prestação de serviços na área social.

O falecimento do Monsenhor António Cândido Pires Quesado em 1982 deixou a Associação sem Direcção, problema que se arrastou até à eleição dos Corpos Sociais para o triénio de 1983–1985. A Direcção eleita nesse ano, presidida por António Aguiar Quintas, tinha como membros efectivos o Reverendo Padre Dr. António Torres, José Ângelo Lima, Alfredo Aranda Monteiro e o Dr. Valdimiro Layete Maia.

Na Assembleia-Geral Extraordinária de 27 de Outubro de 1984 foram aprovados os novos Estatutos, passando a denominar-se Associação de Solidariedade Social.

A partir da década de 1980, a Associação entrou numa nova fase da sua actividade assistencial, aumentando os serviços que prestava à comunidade poveira.

No que diz respeito ao funcionamento e gestão, esta Associação encontra-se dividida em três áreas: a social, a educativa e de apoio à família e a administrativa. É pela conjugação destas áreas que se tenta diariamente fazer cumprir os objectivos estatutários da Associação.

A área educacional teve um crescimento significativo, com a inauguração, em 1989, do Edifício Monsenhor Pires Quesado, na Rua de José Régio, na Póvoa de Varzim, onde funcionam as valências de Creche, Jardim-de-infância e ATL – Actividades de Tempos Livres.

Em 1991, depois de efectuada a remodelação e ampliação do Edifício Sede, foi criada a valência de ATL SEDE, reconvertendo um serviço social já existente que se encontrava a ser prestado, a valência de Refeitório, sendo um apoio para algumas crianças recolhidas “na rua”, onde passavam os dias e muitas vezes as noites, devido à situação de pobreza do agregado familiar. Actualmente, recebe crianças de todas as condições sociais.

A Direcção de então, reconhecendo as carências da valência de Creche, decidiu construir um edifício na Rua 1.º de Maio, o qual foi inaugurado no ano de 1998, com a designação de Creche Nossa Senhora da Conceição, com capacidade para acolher quarenta crianças.

Debatendo-se com dificuldades de falta de espaço para acolher as crianças em lista de espera, a Direcção levou por diante a construção de um edifício destinado a aumentar a capacidade de acolhimento de crianças, que recebeu o nome de Creche Santo António.

Para corresponder ao crescimento da população poveira e respondendo às carências dos serviços, a Direcção está a estudar a construção de um novo edifício na zona da Mariadeira, na cidade da Póvoa de Varzim, o qual terá capacidade para acolher as diversas valências das áreas educacional e social.

A área social, razão principal da fundação desta Associação de Caridade, tem quatro valências em funcionamento no edifício Sede: Refeitório, Centro de Dia, Balneário e Apoio Domiciliário. Presta serviço diário, mitigando a fome e atenuando o sofrimento de pessoas muito carenciadas, independentemente da condição social de cada uma.

A Beneficente tem uma obra social muito alargada, para que as famílias tenham condições para trabalhar e, assim, contribuírem para o bem-estar pessoal e o desenvolvimento do país. A Associação dispõe de cinco edifícios na cidade da Póvoa de Varzim, onde desenvolve a actividade assistencial.

Neste momento, o quadro de pessoal é composto por 130 trabalhadores, dos quais 33 técnicos e 97 de serviços administrativos e de apoio. O movimento médio diário é de cerca de 650 utentes, o que já representa um número significativo de apoios e serviços prestados à comunidade poveira.


domingo, 25 de março de 2012


Praia de Banhos - Póvoa de Varzim








As águas particularmente ricas em iodo da Póvoa, derivada do elevado número de algas que aportam nas praias poveiras, levam que, a partir de 1725, monges beneditinos percorram distâncias para tomar os "banhos da Póboa", em busca do iodo, considerado vigorante, e curas para problemas de pele e ossos através de banhos de mar e sol. Ao longo do século XVIII já outras populações se deslocavam à Póvoa com o mesmo propósito.

A partir do século XIX, a afluência intensificou-se sobretudo entre as classes abastadas do Entre-Douro-e-Minho, levando a tomar feição cosmopolita, à afirmação da Burguesia no Centro da cidade e ao desenvolvimento do lazer. Surgem vários hotéis, teatros e salas de jogo. Tornava-se então no mais popular destino de férias do Norte de Portugal, o que leva a que investidores privados criem ligações ferroviárias com o Porto em 1875 e com o Baixo Minho em 1878.

A Póvoa não era apenas conhecida por ser uma estância balnear, mas também pelos balneários de "Banhos Quentes". O primeiro balneário de praia da Póvoa foi o Oceania que abriu na Avenida dos Banhos entre a Esplanda do Carvalhido e o Café Guarda-sol, a entrada era pela Rua do Ramalhão, 13. Depois desse abriram o Balneário Povoense na Rua Tenente Valadim, junto ao actual Casino, e o Balneário Lusitano no Passeio Alegre. Ainda hoje na crença popular poveira acredita-se que a água do mar tem efeitos benéficos, especialmente quando a maré estiver baixa, existindo proverbios populares, como Quando a maré estiver baixa, toma um banho e mete-te na cama ou Quando a maré estiver baixa, lava a tua chaga e ficará curada.

Em 1875, o julgado da Póvoa é elevada a comarca no dia 16 de Junho. Esteve na Póvoa hospedado o ex-Rei Carlos Alberto da Sardenha, com quatro outras personalidades, ali tinham chegado a 18 de Abril de 1849, depois de ter perdido a Batalha de Novara e abdicado a coroa para o príncipe real Vítor Manuel, que se tornou Rei de Itália. A Póvoa de Varzim esteve envolvida na Revolta de 31 de Janeiro de 1891 albergando e dando fuga para Espanha, num barco poveiro, a Alves da Veiga. No entanto, a implantação da República em 1910 foi polémica, não foi bem aceite por parte da população caracteristicamente religiosa e ligada às tradições, tendo o representante da república que se abrigar da população em fúria no Palacete do Postiga (actual edifício da Polícia de Segurança Pública), no entanto outros populares celebraram a chegada da República pelas ruas da cidade.

O desenvolvimento da pescas no século XVII, da talassoterapia nos século XVIII e do lazer balnear no XIX, levam a que a Póvoa, no início do século XX fosse já maior que muitas das cidades portuguesas, referindo-se por isso, por vezes, como "vila-cidade". O vilacondense e poverista Baptista de Lima, aquando da elevação da vila vizinha de Barcelos em 1928, promove também a alteração do estatuto de "vila" para "cidade" à Póvoa de Varzim. No entanto, encontrou a oposição de outros poveiros que viram nisso desvantagens.

Salazar apreciava a Póvoa de Varzim e as suas gentes e tornou conhecido em todo o país a figura do Cego do Maio através de um texto na Cartilha da 4.ª classe, mitificando a dignidade e a coragem do pescador simples da região. Salazar era visita frequente de algumas famílias locais, com Virgínia Campos, com a benemérita Maria da Paz Varzim e a família Amaral. Eram vistas com frequência altas figuras do regime na histórica Ourivesaria Gomes da Rua da Junqueira.

A massificação do turismo balnear, para o povo e agora não apenas para as elites, entre os anos 1930 e 60 levaram a um novo desenvolvimento urbanístico, que ultimou na atribuição do estatuto de cidade à Póvoa em 16 de Junho de 1973, através do decreto 310/73. É durante o Estado Novo que é finalmente construído o porto de abrigo por toda a Enseada da Póvoa.


terça-feira, 20 de março de 2012










O Clube Desportivo da Póvoa é uma instituição de utilidade pública, sem fins lucrativos, fundada em 26 de Dezembro de 1943.
Apresenta-se como independente, formador e eclético, fomentando o orgulho de pertença à comunidade poveira, com uma massa associativa que ascende aos 2.500 sócios activos.
Ao longo dos seus 60 anos de história, além de inúmeras iniciativas de âmbito cultural, proporcionou a milhares de poveiros - e não só - a prática de modalidades tão diversas como o atletismo, futebol, ténis de mesa, ciclismo, xadrez, damas, ginástica, andebol, ténis, hóquei em patins, pesca desportiva, automobilismo, basquetebol, voleibol, patinagem, bilhar e judo.
Actualmente, a sua actividade desenvolve-se sob dois pólos fundamentais: as modalidades desportivas e o Complexo de Piscinas.
No primeiro, proporciona a prática desportiva a mais de 400 atletas nas seguintes modalidades: basquetebol, voleibol, hóquei em patins, atletismo e automobilismo.
Pela Piscina Interior passam, semanalmente, cerca de 700 alunos da Escola de Natação e centenas de utentes eventuais em regime livre.
No verão, a Piscina Exterior é frequentada por inúmeras pessoas que aproveitam os benefícios da água extraída directamente do mar com banhos de sol amparados do vento.
Das instalações do CDP fazem ainda parte a Sede Social (secretaria, auditório e sala de troféus) um Bar e um Pavilhão Gimnodesportivo reconstruído de raiz em 1998.
A sua missão é promover o lazer, contribuindo para uma melhor qualidade de vida da comunidade em que se insere, num compromisso que ambiciona a excelência. Como clube eclético que é, fomenta a prática desportiva formando jovens atletas, numa estreita relação com elevados valores de conduta pessoal e social, incrementando um forte espírito de união, dedicação e luta de forma a atingir altos níveis de competitividade.

domingo, 18 de março de 2012


A camisola Poveira








A camisola poveira é o traje de romaria e festas, mas que começou por ser usada pelos pescadores para os proteger do frio. Estas camisolas têm motivos marinhos, o brasão da Póvoa de Varzim, de Portugal, e siglas poveiras.

As cores utilizadas são o branco, o vermelho e o preto. Com a grande tragédia marítima de 27 de Fevereiro de 1892, o luto decretou a sentença de morte deste traje branco, assim como de outros trajes garridos.

A camisola sobreviveu, ainda, pela primeira metade do século XX, mantendo-se como peça de luxo. A recuperação do original traje branco deveu-se a Santos Graça que, ao fundar o Grupo Folclórico Poveiro, em 1936, o ressuscitou e divulgou.

A camisola teve o seu auge de produção nos anos 50, 60 e 70 do século passado, mas entrou em declínio nas décadas seguintes. No período de maior produção, houve exportação para países de todo o mundo.

Actualmente tem havido um esforço da autarquia e de alguns privados para manter na moda a tradicional camisola. Nuno Gama apresentou camisolas poveiras em desfiles em Milão, Barcelona e Nova Iorque, havendo outros estilistas interessados no rejuvenescimento deste artesanato.