terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

















Em Portugal no começo do século XIX, a farolagem da costa era muito deficiente, levando os estrangeiros a designá-la por "Costa Negra" e a afastarem-se dela. Como a navegação comercial apenas frequentava os portos de Lisboa e Porto, os naufrágios nas barras do Tejo e Douro eram frequentes.

Por ordem do rei D. Miguel foi criada em 1838 em São João da Foz do Douro, a Real Casa de Asilo dos Náufragos, destinada a casa abrigo para salva-vidas.

O Real Instituto de Socorros a Náufragos foi criado por Carta de Lei de 21 de Abril de 1892, mantendo-se como presidente a sua fundadora Sua Majestade a Rainha Dona Amélia, até à implantação da República em 5 de Outubro de 1910, passando a designar-se por Instituto de Socorros a Náufragos (ISN).

O ISN começou como uma organização privada, sob a ègide da Marinha de Guerra, formada por voluntários.

Por dificuldades de fundos e de pessoal para as suas embarcações salva-vidas passou o ISN a partir de 1 de Janeiro de 1958 a ser um organismo de Estado na dependência da Marinha.

Em Portugal, a prática da natação apareceu a partir de pequenos torneios de verão nas praias mais frequentadas do país. Em 1902 o Ginásio Clube Português fundou na Trafaria uma escola de natação e, quatro anos mais tarde, realizou-se a primeira corrida de natação, da meia milha, na baía do Alfeite, para disputar a taça D. Carlos.

É pois, natural que o primeiro registo de apoio a banhistas apareça no relatório da comissão central de 1909 e referido à praia da Trafaria, onde parece ter nascido a modalidade da natação no nosso país. Nele se diz que, para evitar acidentes marítimos, se vai montar um sistema de vigilância com uma embarcação que percorrerá a praia durante os banhos. Os primeiros sistemas foram montados nas praias da Trafaria e da Albufeira.

Em 1910, foram implantados 120 postos de praia que dispunham de duas bóias grandes, duas bóias pequenas com uma retenida de 25 metros, dois cintos de salvação, uma retenida de 100 metros e, finalmente, um quadro explicativo dos primeiros socorros a prestar aos náufragos.

Os postos de praia ficavam à guarda e ao cuidado do banheiro que prestava serviço na praia e que tantas vezes foi a pessoa que nos deu o primeiro banho de mar e que nos ensinou a nadar.

A vigilância nas praias com embarcação foi-se estendendo lentamente ao longo das praias do país, mas não deixa de ser interessante verificar que nos primeiros trinta anos não há registos de acidentes mortais, o que parece indicar que não só a afluência era pequena como a prática da natação devia ser muito limitada.

Toda esta actividade era apoiada pela autoridade marítima, sob a vigilância do cabo de mar que, no princípio dos anos 40 aparece nas praias.

Em 1956 realiza-se pela primeira vez um curso de nadadores-salvadores com uma frequência de 90 alunos.

No final da década de 60, princípios da de 70, o apoio às praias teve uma projecção digna de nota. Tal facto deve-se ao Ministro da Marinha da altura, que se interessou pessoalmente pelo serviço de socorro a náufragos nas praias, despachando, por vezes directamente, com os chefes da secção do Instituto sem atender à cadeira hierárquica, para que as suas ordens chegassem mais rapidamente.

A partir de 1956, os cursos de nadadores-salvadores não deixaram de crescer, tendo tido um aumento espectacular de frequência no ano de 1992 em que, nos primeiros nove meses, foram formados 970 nadadores-salvadores, contra 680 em todo o ano anterior. Em 2000, o ISN formou um tal de 1453 nadadores-salvadores.

Fizeram-se numerosas campanhas de divulgação na rádio e na televisão para prevenir os banhistas contra os acidentes do mar.

Na campanha de 1972, por exemplo, foi preparada cuidadosamente, durante cinco meses, uma acção de sensibilização para utentes das praias por 20 especialistas, entre os quais médicos, psicólogos e técnicos de comunicação que, no terreno, durante o mês de Agosto, visitaram 40 praias das mais frequentadas do litoral continental e que eram conhecidas pelos maiores riscos de acidente, tendo sido feitas demonstrações de socorros a náufragos, com simulação de afogamento, operações de salvamento e primeiros socorros.

Em 1995 surgiram novos meios de salvamento, nomeadamente as bóias torpedo e as novas pranchas e cintos de salvamento.

Em 1998, na sequência de um protocolo firmado entre o ISN e a Mitsubishi Motors de Portugal começou, por parte do Instituto um projecto denominado SeaMaster, que consiste na assistência a náufragos em praias não vigiadas através de várias viaturas 4x4 devidamente equipadas com material de salvamento, primeiros socorros e comunicações atribuídas operacionalmente a 24 Capitanias.

Actualmente, o dispositivo que o Instituto tem espalhado pela orla costeira nacional é constituído por 65 embarcações salva-vidas distribuídas por 31 estações salva-vidas e, por diversas Corporações de Bombeiros do litoral, cerca de 140 embarcações salva-vidas de pequeno porte, bem como 24 auto-porta-cabos.


domingo, 26 de fevereiro de 2012


O Pelourinho da Praça do Almada




O Pelourinho da Póvoa de Varzim é constituído por uma coluna de pedra com a esfera armilar de D. Manuel I, assente sobre degraus. Simboliza a renovação do foral à Póvoa de Varzim, em 1514, por D. Manuel I, depois de várias reclamações dos poveiros ao rei sobre a jurisdição do mosteiro de Santa Clara, que tinha direitos sobre o concelho desde 1318. É concelho independente desde 1308. Em 1537, a Póvoa é incorporada na Coroa, anexada à comarca do Porto, conseguindo assim plena autonomia.


terça-feira, 21 de fevereiro de 2012














A Cividade de Terroso é uma das mais importantes estações arqueológicas da Cultura Castreja do Noroeste Peninsular.

A Cividade de Terroso é uma das mais importantes estações arqueológicas da Cultura Castreja do Noroeste Peninsular. Ocupada desde o séc. IX a.C. até ao séc. III - IV d.C. é um local de fundamental interesse para o estudo do povoamento desta região. O seu estatuto de protecção é o de Imóvel de Interesse Público, pelo D.L. 44.075 de 5/12/61.

Rocha Peixoto realizou os primeiros trabalhos arqueológicos na Cividade em 1906 - 1907 e os vestígios encontrados revelaram a importância histórica do local que, depois da sua morte, ficou entregue ao abandono e somente em 1980 foram retomadas as escavações em Terroso. O reinício dos trabalhos foi levado a cabo pelo Prof. Dr. Armando Coelho F. da Silva e continuados pelo Dr. José Manuel Flores Gomes, do Gabinete Municipal de Arqueologia da Póvoa de Varzim.

Após anos de trabalho é possível definir o horizonte da ocupação e povoamento da Cividade permitindo alguma compreensão sobre as suas origens e abandono. O início da ocupação ter-se-á dado nos finais da Idade do Bronze e prolongou-se até à Romanização, estando bem patentes nas estruturas postas a descoberto e no espólio obtido na Cividade, todas as fases desta longa presença.

Estes trabalhos arqueológicos e os de conservação e de limpeza da estação são apoiados anualmente pela Câmara Municipal da Póvoa de Varzim. Os resultados destas pesquisas encontram-se expostos no Núcleo de Arqueologia do Museu Municipal de Etnografia e História da Póvoa de Varzim.

O Núcleo interpretativo da Cividade de Terroso foi inaugurado no dia 28 de Junho de 2004.

O edifício de apoio dispõe de uma recepção, um pequeno auditório /sala de projecções e área de trabalho.


terça-feira, 14 de fevereiro de 2012


Traineira é uma pequena embarcação de pesca, com a popa reta, destinada a utilização de redes (trainas) como instrumento para capturar peixes e levar para a cidade ou para o porto.