Após a edificação da Casa dos Pescadores Poveiros, para assistência aos velhos pescadores, pensou-se em algo semelhantes para os operários poveiros. No dia 1 de Novembro de 1928, um grupo de operários poveiros reuniu-se para relembrar um amigo dos pobres, Joaquim Graça, que teria sido o pioneiro da causa. Foi constituída a Comissão Pró Causa dos Poveiros a que presidiu Manoel Felipe de Castro e orientação de José da Costa Novo. A Comissão Organizadora ficou definitivamente constituída a 6 de Abril de 1929 com várias personalidades.
O Sindicato Único da Construção Civil da Póvoa de Varzim que, elegendo uma comissão que, depois de enviar uma circular para poveiros residentes no estrangeiro, conseguiu angariar donativos em dinheiro. A colónia poveira de Manaus, que se distinguia pelo fervoroso apego à sua terra natal e se organizou no Grupo Pró Póvoa, nomeou Baptista de Lima como seu representante na Póvoa. A comissão de Manaus comprometeu-se a angariar donativos com a condição que a Casa não fosse exclusiva do Sindicato da Construção Civil.
A Comissão Organizadora foi constituída definitivamente a 20 de Fevereiro de 1929 e presidida por Joaquim dos Santos Graça, conforme indicação da Comissão de Manaus. Nova Comissão Organizadora foi constituída em 1929 por João Baptista de Lima, delegado da comissão de Manaus e António Correia dos Santos, da imprensa local.
Em 1933 associam-se várias classes de operários e nomeiam-se os representantes de cada profissão: gráficas, metalúrgicas, cordoeiros, empregados de hotel, electricistas, sapateiros, alfaiates e outros. Em 1933, inicia-se a propaganda para edificação da Casa do Operário Poveiro para abrigar trabalhadores poveiros inválidos por acidente ou velhice ou sem recursos.
Em 25 de Julho de 1933 é decidida a compra de um antigo e elegante prédio denominado Montepio, na Rua da Lapa, com a inauguração em 3 de Dezembro de 1933 com a presença do Presidente do Município, Dr. Carlos Moreira e do Administrador do concelho, Capitão Carlos Canelhos. O edifício é a antiga sede do Montepio. Ali foram instalados os serviços da referida associação em 1 de Março de 1864 que encerrou em 1877, prestava serviços à classe piscatória, em especial, mas também a artistas e agricultores.
Devido a um despacho do Secretário das Corporações e Providência Social que ditava o fim da Casa dos Operários, pois o Estado Novo entendia a organização como de carácter profissional e não de previdência social. A 16 de Julho de 1935, dá-se assim à refundação como "A Filantrópica Sociedade Cooperativa CRL", em homenagem aos Poveiros do Brasil, não deixando cair algo a que muitos se tinham dedicado em construir na Póvoa algo, humanamente, nobre.
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