O mercado público (feira) diário da Póvoa de Varzim é conhecido entre os poveiros, ainda hoje, como "Praça" e conheceu várias localizações até à sua localização presente na Praça do Marquês de Pombal. Passou pela Rua da Praça e no Campo da Feira, junto ao Pelourinho, topo poente da Praça do Almada até ao Largo de São Roque. Porque se entendia que a feira tirava dignidade à praça central da cidade, a Câmara Municipal decide a sua transferência para o Campo das Cobras em 1900, tendo adquirido esse espaço em 1893 para o efeito. O Campo das Cobras localizava-se onde está hoje a Escola dos Sininhos no quarteirão formado pela Rua Santos Minho com a Rua Manuel Silva.
Com a chegada de David Alves à Câmara, este nota que o espaço é demasiado pequeno e decide a construção do mercado num espaço maior, a Praça do Marquês de Pombal. Foi convidado o arquitecto Ventura Terra, um dos maiores arquitectos portugueses da altura.
O novo mercado é inaugurado em 31 de Janeiro de 1904. O mercado encontrava-se rodeado de quatro torreões e no largo central encontrava-se o mercado público onde eram vendidos produtos frescos de produção local, do porto da Póvoa chegava o peixe e da Póvoa rural chegavam os produtos hortícolas, tais como a batata ou a cenoura. Em 18 de Abril de 1904, o Mercado passou a designar-se Mercado David Alves, em homenagem ao seu impulsionador.
Na década de 1970 é decidida a construção de um mercado abrigado, o projecto é do arquitecto Campos Matos, edifício com 6 499 m2, distribuídos por dois pisos, as obras iniciam-se em 1979 e o novo mercado foi inaugurado em 2 de Julho de 1982, com a construção terminada em Janeiro desse ano. O edifício obrigou à demolição dos torreões que ladeavam a praça pelo norte e do Jardim público que confrontava com a Avenida Mouzinho de Albuquerque e diminuição física do espaço da praça. Os que ladeavam a Praça pelo sul continuaram a ser usados para comércio e a sua manutenção foi decidida para preservação da memória local, assim como do portão de ferro e respectivo muro gradeado.
Em 1996, a Câmara Municipal recupera os torreões que restaram. Políticos locais sugerem a reconstrução dos torreões demolidos no projecto de revitalização do mercado, com importância para a economia tradicional local. No São Pedro de 2009, a câmara apresenta um novo projecto para a Praça, no qual recupera os torreões e o jardim perdidos, devido a consenso alargado na sociedade, e cria um novo edifício abrigado, mais pequeno com menor impacto na praça.
1 comentário:
Junto ao Torreão que se vê nas diferentes imagens, ficava a barbearia do meu Bisavô Tito Lívio.
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